O Índice de Preços ao Produtor (IPP), indicador que mede a inflação de produtos industriais, avançou 1,31% em junho, informou nesta quarta-feira (28) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Trata-se da 23ª alta mensal consecutiva do índice, que já acumula alta de 19,11% no ano e de 36,81% em 12 meses. Em todas as comparações, um recorde da inflação do setor industrial.

O IPP mede a variação de preços de produtos industriais na “porta da fábrica”, descontando a adição de impostos e frete até os revendedores, englobando a indústria de transformação (23 setores) e a indústria extrativa. Ou seja, a inflação dos produtos do ponto de vista dos produtores.

O resultado do índice foi composto pela variação de preços das grandes categorias econômicas: houve alta de 0,71% nos preços de bens de capital; 1,56% em bens intermediários; e de 1,01% em bens de consumo (sendo que os duráveis tiveram elevação de preços de 2,03%, e semi e não duráveis, de 0,81%).

A dependência de insumos importados e a prática de paridade com preços internacionais dos produtos primários são as razões para a inflação dos bens industriais, que vem crescendo há quase dois anos – mas que disparou nos últimos meses devido ao valor do dólar e a devastação da cadeia produtiva nacional.

De acordo com o gerente de análise e metodologia do IBGE, Alexandre Brandão, grande parte da alta na comparação mensal foi puxada pelo setor extrativo, cujos preços tiveram aumento de 8,71% em junho sobre pressão do dólar nos produtos extrativos.

A segunda maior alta partiu dos produtos de metal (2,80%), seguida por máquinas, aparelhos e materiais elétricos (2,60%) e minerais não-metálicos (2,50%).

“Conforme vem ocorrendo desde o início do ano, o aumento em junho se justifica, em grande parte, pelos maiores preços das matérias-primas utilizadas no setor, em especial o aço”, destacou o IBGE.