Itaboraí (RJ) - Loja do shopping Itaboraí Plaza em liquidação. O desemprego aumentou após a redução das obras do Comperj (Tânia Rêgo/Agência Brasil)

Em novembro de 2018, o índice de famílias endividadas foi de 60,3%. No mês de novembro deste ano esse índice saltou para 65,1% o que representa um aumento de 8% no já elevadíssimo nível desse índice. E cresceu em relação a outubro deste ano, quando o índice ficou em 64,7%.
Os dados são da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC) da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), divulgados na quinta-feira (5/12).
As dívidas consideradas na pesquisa são do cartão de crédito, cheque especial, cheque pré-datado, crédito consignado, crédito pessoal, carnê de loja, prestação de carro e prestação da casa.
O cartão de crédito foi apontado em primeiro lugar como um dos principais tipos de dívida por 78,8% das famílias endividadas, seguido por carnês (15,7%), e financiamento de carro (9,2%).
Para as famílias com renda até dez salários mínimos, o cartão de crédito, com 78,8%, carnês (16,5%) e crédito pessoal (8,1%), foram os principais tipos de dívida apontados.
Para famílias com renda acima de dez salários mínimos, os principais tipos de dívida apontados em novembro de 2019 foram: cartão de crédito (78,8%), financiamento de carro (17,7%) e financiamento de casa (16,8%).
CONTAS EM ATRASO
Ao contrário das expectativas de uma melhora da inadimplência das famílias com a liberação de parte do FGTS, praticamente não houve redução no índice de inadimplência, de 24,9% passou para 24,7%, sendo que para as famílias que recebem menos de dez salário mínimos, o índice é ainda maior: 27,7%.
Quando se compara com o índice do ano passado de 22,9%, o nível de inadimplência aumentou em relação a 2018. Com uma agravante, o nível de endividamento também subiu nos últimos 12 meses.
Ainda que o presidente da Confederação Nacional do Comércio, José Roberto Tadros, diga que o “endividamento não é necessariamente negativo, se não for acompanhado de um aumento expressivo da inadimplência”, a economista da CNC Marianne Hanson alerta que “o aumento dos indicadores de inadimplência na comparação com o ano anterior reflete o maior comprometimento de renda das famílias com as dívidas”.
Esse endividamento, para quase 80% das famílias, é com os bancos, com cartões de crédito, que impõem as maiores taxas de juros para o consumidor. Em outubro, segundo o Banco Central, a taxa de juros do rotativo do cartão de crédito atingiu 317% ao ano. Esse tipo de dívida cresce de 77,4% em novembro de 2018 para 78,8% em novembro deste ano.