Índia aprova vacina Covaxin, fabricação própria, para uso emergencial
A vacina produzida na Índia pelo laboratório Bharat Biotech para o combate ao Covid-19 é a Covaxin. Ela obteve, neste sábado (2), a autorização para uso emergencial emitida pela Contoladoria Geral de Drogas (DCG, similar à nossa Anvisa).
O Bharat Biotech informa que já possui 10 milhões de doses em estoque e se comprometeu com o um total de 100 milhões de doses para participar do programa nacional de imunização da Covid-19 que estima atingir 300 milhões de indianos durante o ano de 2021.
A outra vacina autorizada para vacinação emergencial nesta mesma data foi a da inglesa AstraZeneca, produzida em parceria com a Universidade de Oxford.
As vacinas da AstraZeneca a serem aplicadas na Índia serão produzidas no país através do Instituto Serum da Índia (que segundo notícias que nos chegam também será o fornecedor para o Brasil dos primeiros lotes da vacina britânica).
A Covaxin já foi aplicada em 25.000 voluntários em 22 localidades da Índia. Ela é administrada em duas doses com um intervalo de duas semanas entre elas.
A agência indiana informa, através de seu diretor, V.G. Somani, que a Covaxin – apesar de ainda não ter comprovado sua taxa de eficácia, ou seja, de não haver concluída a fase 3 dos testes – induziu anticorpos neutralizantes, provocando uma resposta imune e levando a resultados eficazes em todos os grupos de controle, sem eventos adversos graves relacionados à vacina. A conclusão foi corroborada por um conselho formado pelo governo indiano para avaliar os resultados obtidos até agora.
Para Somani, diante dos resultados já obtidos pela Covaxin e por “abundante precaução” diante da proliferação do vírus, tornado necessária “a existência de opções diversas de vacinas”.
Com a conclusão da fase 3, os fabricantes esperam conquistar a liberação para uso comercial e irrestrito da vacina. No Brasil, já foram iniciados os procedimentos junto à Anvisa para submissão contínua dos resultados da vacina, etapa necessária para o registro na agência reguladora brasileira.
A Bharat Biotech também trabalha com a tecnologia de vírus atenuado o que permite acondicionamento da vacina entre 2° a 8°C e desenvolveu a vacina em colaboração com o Conselho Indiano de Pesquisa Médica (ICMR).
A empresa já produz 14 vacinas e exporta seus produtos para mais de 118 países. Entre seus parceiros de pesquisa e desenvolvimento estão, entre diversas instituições, a Organização Mundial da Saúde, a Universidade de Oxford.
A Índia tem muita necessidade de avançar no programa de imunização pois está entre os que enfrenta os registros mais elevados de infectados pela pandemia. Já estão confirmados 10,3 milhões de casos de contágio e cerca de 150.000 faleceram em uma população de 1,38 bilhão de habitantes.
Até agora mais de 90.000 profissionais da saúde por todo o país foram treinados para a aplicação das vacinas. O programa, como em outros lugares, vai priorizar profissionais de saúde, trabalhadores em serviços emergenciais e aqueles clinicamente mais vulneráveis, seja por idade, seja por condições que demandem atenção especial.