Inácio Arruda critica desprezo pela ciência e educação no governo Bolsonaro
O ex-senador Inácio Arruda e candidato a deputado federal pelo PCdoB Ceará em entrevista na noite desta quinta-feira (25), explicou como os bloqueios bilionários de investimentos em pesquisa afetou todo a cadeia de pesquisa e produção do país.
Inácio que acumula ainda em seu currículo, dois mandatos como deputado federal e na Câmara foi integrante da Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática e recentemente esteve à frente da secretaria de Ciência e Tecnologia e Educação Superior do Ceará, avaliou na entrevista o impacto para a área foi enorme, pois “o contingenciamento gigantesco para a Ciência e Tecnologia significou a descontinuidade de centenas de milhares de iniciativas de pesquisas, em toda nossa estrutura da rede federal, das redes estaduais e também de setores privados que começaram a fazer pesquisas, financiados por instituições públicas como o CNPq [Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico] e também a Finep [Financiadora de Estudos e Projetos] grandes instituições que alavancam toda a pesquisa nacional”, destacou o ex-senador.
Nos últimos sete anos, o volume de recursos para investimento já vinha caindo, contou Inácio, mas o pior ocorreu “com mais ênfase do governo Bolsonaro, sob orientação direta do governo que anunciou o seu desprezo pela ciência, a educação e a produção artística brasileira e atacou essas áreas frontalmente”, disse.
Para o candidato, a ciência e a educação foram os principais alvos atacados por Bolsonaro durante toda a sua gestão. “E isso evidentemente resultou num contingenciamento ainda maior e com desvio de finalidade do uso dos recursos”, disse, citando por exemplo, o início da pandemia em que as pesquisas para descobrir vacinas e medicamentos eficazes contra o vírus estavam sendo realizadas em todo o mundo.
Medidas de enfrentamento à Covid-19
Inácio Arruda considerou que as atitudes de Bolsonaro demostraram “um desprezo total com a pandemia e depois, em contrariedade com a ciência, enquanto se tratava de alcançar uma vacina no país e no mundo, o governo passou usar recursos para compra de medicamentos “que nada tinha a ver com o vírus da Covid-19, com o cuidar das pessoas que estavam contaminadas pelo vírus. Isso é desvio de recurso e abuso contra o nosso povo. Por isso, vejo que o desastre é grande e a descontinuidade das pesquisas especialmente”, avaliou.
Enquanto secretário de Ciência e Tecnologia do Ceará, Inácio contou que se reuniu seguidamente com pesquisadores de instituições públicas e privadas que passaram a sofrer bastante com esses cortes, “tendo que se socorrer com recursos bem menores do estado”, contou.
Na opinião do candidato, a descontinuidade da pesquisa no país é um grande desastre. “Foi e continua sendo um gravíssimo problema para o nosso país, a não garantia de uso de recursos para permitir que o Brasil possa ser suprido de medicamentos, hoje nós importamos quase tudo, e isso, tem gerado um drama adicional ao que nós já vivemos com a pandemia”, explicou Inácio.
Inácio enumerou alguns feitos da secretaria nos últimos tempos, apesar das dificuldades mencionadas anteriormente, no período mais grave da pandemia foram alocados todos os recursos da área para o enfrentamento à Covid-19. “Passamos a recuperar ventiladores mecânicos, a produzir máscaras porque o país não produzia, importava, tomamos iniciativas para poder proteger, primeiramente os nossos profissionais de saúde e depois a população nos hospitais”.
Inácio falou ainda da falta de equipamentos básicos de uso na rede hospitalar necessários para enfrentar a Covid-19, como álcool gel e máscaras. Recordou dos casos de álcool gel falsificados sendo vendidos e disse que tiveram que transformar uma empresa para produzir uma planta industrial de produção de álcool numa escala que permitisse produzir e fornecer aos hospitais estaduais e municipais e para o próprio governo”, revelou.
Capacete Elmo
Outro grande feito mencionado por Inácio Arruda foi a produção de um capacete de respiração assistida, mais seguro para profissionais da saúde e pacientes que se encontravam em situação mais grave da doença. “O capacete chamado de Elmo foi produzido por nós, aqui no estado do Ceará e é vendido como um socorro imediato, menos agressivo, que a população passou a usar com essa inversão do uso dos recursos da secretaria”.
O equipamento inovador foi criado em abril de 2020 e surgiu como um novo passo para o tratamento de pacientes com insuficiência respiratória aguda provocada pela Covid-19 que beneficiou pacientes no Brasil e no mundo. O ex-secretário comentou também sobre o desenvolvimento de pesquisa para a produção de vacinas no estado contra o coronavírus.
Projetos da secretaria
Outras ações da secretaria foram contadas por Inácio Arruda, como as bolsas de permanência universitárias para famílias pobres que conquistaram uma vaga na universidade. “Isso tem um impacto enorme e quase 90% dos estudantes estão concluindo seus cursos”, comemorou. Além dos investimentos no programa de suporte para pesquisadores, professores para que a pesquisa possa permanecer no estado com grande qualidade”, disse ele.
Conhecido político, o candidato a deputado federal, Inácio Arruda já foi vereador de Fortaleza, deputado estadual e federal pelo PCdoB do Ceará um dos mais votados e valorizado parlamentar. Além de Senador por 8 anos. Na entrevista, ele faz um balanço da política nacional, da disputa à presidência da República e do cenário eleitoral no estado.
Confira a íntegra abaixo:
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