Integrantes do Batalhão Azov e seu estandarte que ostenta insígnia de corpo das SS nazistas

O jornalista Nebojša Malić avaliou, em conversa com a RT News, que a ideologia nazista “parece ter sido integrada em quase todos os aspectos do Exército ucraniano” e que o Ocidente parou de denunciá-la porque agora é útil para sua geopolítica.

“Você não consegue encontrar uma foto em algum lugar da Ucrânia, nos meses recentes, que não contenha algum tipo de insígnia nazista”, afirmou.

Um dos casos levantados pelo jornalista foi o da publicação feita pelo presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, no Dia da Vitória. A primeira das fotos postada mostra um soldado ucraniano usando uma insígnia nazista da divisão Totenkopf das SS. Depois da repercussão negativa, Zelensky apagou a foto.

Entre os símbolos nazistas que aparecem nas fotografias de soldados nazistas estão a Totenkopf da 3ª Divisão da SS da Alemanha nazista, o “Sol negro” e a Wolfsangel, ambos presentes no brasão do Batalhão Azov.

O Batalhão Azov foi incorporado às Forças Armadas da Ucrânia em 2014 e, mesmo sendo um agrupamento assumidamente nazista, passou a receber financiamento direto do governo federal.

Para Nebojša Malić, “ao tentar demonstrar que eles não são nazistas, os ucranianos continuam provando a cada momento que, na verdade, o são. E é desconcertante para as pessoas que estão fingindo que não é o caso”.

Malić comentou que os jornais e jornalistas ocidentais, antes do conflito, chegaram a chamar o Batalhão Azov de “problemático, supremacista branco, fascista e racista” e dizer que sua intenção era “espalhar sua ideologia tóxica pela Europa”.

Mas agora, como defendem a Ucrânia e a ação da Otan na guerra contra a Rússia “a narrativa mudou”, “estão engolindo suas próprias palavras”.

“O Azov e a Ucrânia [agora] são úteis para a geopolítica do Ocidente. Se a verdade quiser entrar no caminho, azar para a verdade”.

Mas o que restou aos membros do Batalhão Azov que estavam participando da ocupação de Mariupol foi se entocar nos túneis da metalúrgica Azovstal. Todo o restante da cidade foi libertado através de ação conjunta da Rússia e das forças populares de Donetsk.

Civis relatam terror vivido sob o mando dos nazistas

Um morador de Mariupol relatou que prédios residenciais estavam sendo usados pelo Batalhão Azov como base de apoio para tiros cujos alvos eram civis da cidade. Muitos foram baleados sem nenhum motivo pelos nazistas.

“Os franco-atiradores estavam nos andares de cima. Quando saíram, tacaram fogo. As pessoas começaram a sair dos porões e a apagar o fogo. Uma mulher e um homem, que foram os primeiros a sair, foram baleados. Nós ouvíamos os gritos deles daqui”, contou um civil de Mariupol.

O homem contou outro caso, em que um professor, também residente da cidade, “saiu para buscar água com o filho e os dois foram baleados. Ele e o filho morreram”.

“Ele estava simplesmente desarmado, sem nada, ia só buscar água”, confirmou.

Segundo ele, não havia nenhum soldado russo no local, o que mostra que o tiro veio de um soldado ucraniano.

“Então eles simplesmente mataram civis?”, perguntou o jornalista Maxim Grigoryev. “Sim”, respondeu o ucraniano.

O Batalhão Azov, junto com outros grupos nazistas como o Setor Direita e Batalhão Aidar, foram linha de frente nos ataques do governo de Kiev à população e lideranças das regiões de Donetsk, onde ficam Mariupol, e Lugansk.

Desde 2014, quando um golpe de Estado derrubou o presidente legitimamente eleito, os nazistas atacam os ucranianos dessas regiões que rejeitaram a nazificação do país, pedindo maior autonomia e que defendiam seu direito de falar a língua russa.