No acumulado do ano, até agosto, a produção da indústria brasileira recuou -1,7%, na comparação com o mesmo período de 2018, segundo dados da Pesquisa Industrial Mensal Física, divulgada nesta terça-feira (1º), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Por mais que atividade industrial tenha fechado o mês de agosto com saldo positivo de 0,8% frente ao mês anterior, a produção industrial brasileira no governo Bolsonaro se encontra abaixo dos patamares alcançados em 2018, é o que aponta o IBGE.
“Nas comparações de agosto deste ano com o mesmo período de 2018, permanece as mesmas características que a gente já havia comentado, ou seja, uma produção industrial que opera abaixo de 2018. Em agosto tem um recuo de -2,3%, e o acumulado (janeiro/agosto deste ano) acentuando a perda que havia ocorrido no primeiro semestre deste ano, recuo -1,7%. Então, tanto na comparação mês igual mês, como no acumulado do ano há um número maior de atividade recuando”, disse o gerente da Pesquisa Industrial Mensal do IBGE, André Macedo.
A produção do setor de Maquinas e Equipamentos, que é considerado um dos ramos mais pesados para o crescimento da indústria e da economia brasileira, apresentou queda de -3,1%, na comparação com agosto deste ano com o mesmo período do ano passado, e varia próximo de zero no acumulado do ano (0,8%), frente aos meses de 2018.
De acordo com o IBGE, o saldo positivo no mês de agosto foi influenciado principalmente pelas atividades de extração de minério de ferro, petróleo e gás, que deram um impulso para indústria extrativa, alta de 6,6%. Entretanto, para este período, 16 de 26 ramos industriais reduziram sua produção: Máquinas e Equipamentos (-2,7%); Veículos Automotores, Reboques e Carrocerias (-3,0%); Confecção de Artigos do Vestuário e acessórios (-7,4%); Produtos Farmoquímicos e Farmacêuticos (-4,9%), Moveis (-4,0%), Manutenção, Reparação e Instalação de Máquinas e Equipamentos, (-6,2); Metalurgia (-1,4%), entre outros.
Entre as grandes categorias econômicas pesquisadas, Bens Intermediários foi a única taxa que pontuou positivamente (1,4%) em agosto frente julho. As demais categorias pontuaram negativamente: Bens de Capital (-0,4), Bens de Consumo (-0,7), Duráveis (-1,8), Semiduráveis e não Duráveis (-0,4).
“É claro que agosto mostra um crescimento, mas tem a característica de estar muito concentrado em uma das quatro grandes categorias econômicas e em 10 dos 26 ramos pesquisados. Ou seja, o perfil de expansão não está disseminado para outras atividades”, disse André Macedo.