Hungria: “Ocidente deve buscar negociar a paz na Ucrânia”, diz premiê
A decisão de impor sanções a Moscou e fornecer armas pesadas a Kiev de fato transformou a União Europeia e os estados membros da OTAN “em participantes do conflito”, mas no final não produziu “resultados”, afirmou o primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orban. “Em vez disso, hoje estamos sentados dentro de um carro com pneus furados nas quatro rodas”, enfatizou.
A declaração foi feita por Orban em discurso na cidade romena de Baile Tusnad no sábado (23). Ele advertiu que o conflito Rússia-Ucrânia pode acabar com o domínio do Ocidente e mudar o equilíbrio de poder no mundo.
“O mundo não só não está conosco, mas demonstrativamente não está conosco”, assinalou o primeiro-ministro húngaro, que aconselhou o Ocidente a se concentrar em alcançar a paz por meio de “negociações”, em vez de pensar em ganhar vantagem no campo de batalha na Ucrânia.
O conflito poderá facilmente acabar com a supremacia ocidental e “criar uma ordem mundial multipolar”, asseverou. “Devemos tentar persuadir o Ocidente a desenvolver uma nova estratégia”, insistiu o líder húngaro. Mais tarde, ele acrescentou que o conflito “terminará quando os americanos e os russos chegarem a um acordo”.
A Hungria se recusou a enviar armas para a Ucrânia e condenou a proposta de Bruxelas de racionar gás para eliminar o mais rápido possível o fornecimento russo. Anteriormente, Orban disse que a UE “deu um tiro nos pulmões” com suas sanções impensadas.
Na semana passada, o chefe da diplomacia húngara, Peter Szijjarto, foi a Moscou com um pedido de compra de volumes adicionais de gás, a fim de garantir que o país tenha reservas suficientes para o inverno. “Atualmente, é simplesmente impossível comprar tanto gás natural extra na Europa sem fontes russas, goste-se ou não”, disse Szijjarto a repórteres.