Hungria aprovou aquisição da vacina russa após atrasos na entrega dos imunizantes da Pfizer e Moderna

O ministro de Relações Exteriores da Hungria, Peter Szijjartó, anunciou, nesta sexta-feira (22), que seu país vai comprar 2 milhões de doses da Sputnik V, vacina desenvolvida pela Rússia contra a Covid-19, tornando-se o primeiro país integrante da União Europeia a aprovar o uso emergencial do imunizante.

“Estou muito feliz em anunciar que assinamos um acordo hoje em que a Hungria pode comprar uma grande quantidade da vacina da Rússia”, afirmou Szijjartó.

O ministro da Saúde russo, Mikhail Murashko, confirmou a assinatura do contrato de fornecimento da Sputnik V entre as autoridades do país da UE e o Fundo Russo de Investimentos Diretos.

Até o momento, de acordo com o portal Our World in Data, a Hungria já vacinou 138.584 pessoas, o que equivale a 1,43% de sua população.

Após o encontro realizado na sexta-feira, o chanceler húngaro declarou: “Acelerar a vacinação é uma prioridade nacional. Devido à entrega lenta da vacina, tivemos que buscar um novo fornecedor, de onde pudéssemos obter entregas rápidas de uma vacina confiável. Por isso, para mim é uma grande honra e alegria vos informar que hoje fechamos um acordo pelo qual a Rússia fornecerá a vacina à Hungria em três etapas. O primeiro lote das vacinas será suficiente para vacinar 300 mil pessoas. Em seguida, haverá outros dois lotes, suficientes para imunizar 500 mil e 200 mil pessoas, respectivamente”.

O ministro fez referência aos atrasos da vacina da Pfizer, por causa de uma readequação em sua fábrica na Bélgica, e da vacina produzida pela norte-americana Moderna, que tem uma capacidade de produção menor.

Szijjartó também destacou os benefícios sociais do uso da vacina: “A vacinação acelerada salvará muitas vidas na Hungria. Ela também nos dará a possibilidade de voltar ao anterior ritmo [de vida], bem como nos permitirá abrandar as limitações, o que dará a possibilidade às pessoas de retornar aos seus locais de trabalho.”

A Agência Europeia de Medicamentos (EMA) deve decidir sobre a autorização de uso da vacina de Oxford no bloco europeu na sexta (29); na quarta (20), a Rússia pediu o registro da Sputnik V na União Europeia.

A agência informou que a legislação do bloco permite que Estados-membros forneçam, temporariamente, medicamentos não autorizados pelo bloco em contextos de ameaças à saúde pública. A autorização, entretanto, só vale para o país que a aprovou, e não para o bloco inteiro. Ou seja, a Hungria não poderá distribuir as vacinas para os outros integrantes da União Europeia, enquanto não seja aprovado o registro.

O Fundo Russo de Investimentos Diretos (RFPI, na sigla em russo) assinou também um acordo com farmacêutica da Turquia para a produção da Sputnik em território daquele país.

O potencial volume de produção corresponde a um milhão de doses da vacina russa por ano. Além disso, é discutida a possibilidade de expansão de produção no futuro, e cobrirá tanto o mercado interno da Turquia como o de outros países.

A vacina Sputnik V é baseada na plataforma testada e bem estudada dos vetores de adenovírus de seres humanos e já foi aprovada pelas organizações da Rússia, Bielorrússia, Argentina, Emirados Árabes Unidos, Hungria, Sérvia, Bolívia, Argélia, Palestina, Venezuela, Paraguai e Turcomenistão. Começou o processo de registro da vacina na União Europeia.