Hospitais lotados por Covid no Rio têm 16 mil funcionários sem salário
Com hospitais lotados e o retorno das filas de espera por leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTI), a situação da Saúde na cidade do Rio de Janeiro ainda enfrenta mais um descalabro em meio a Pandemia do coronavírus: o atraso no pagamento de salários de 16 mil profissionais de saúde da rede municipal.
Esses profissionais que ainda não receberam o salário de novembro atuam em hospitais de referência no tratamento da Covid-19, como o Hospital de Campanha do Riocentro e o Ronaldo Gazolla, administrados pela empresa pública Rio Saúde.
Profissionais que trabalham em unidades administradas por pelo menos quatro Organizações Sociais, como a OS Centro de Estudos e Pesquisas Doutor João Amorim (Cejam), também estão com salários atrasados.
Segundo a Cejam, o atraso se deve “à falta de repasses financeiros pela prefeitura do Rio, que ainda tem débitos em aberto com a entidade”.
Sem especificar datas, a Prefeitura afirma, em nota, “que trabalha para fazer os pagamentos”.
No Hospital Ronaldo Gazolla, em Acari, a situação é grave. Com quase trezentos pacientes com Covid-19 internados, o hospital tem um terço dos funcionários sem contrato desde segunda-feira (7), já que os contratos, com validade de dois anos, não foram renovados.
“O contrato venceu agora, e eles sequer receberam o mês trabalhado”, afirma o presidente do Sindicato dos Médicos e funcionário da unidade, Alexandre Telles.
Na terça-feira (8), o Sindicato dos Técnicos de Enfermagem protocolou uma ação de Dissídio de Greve no TRT, com um pedido de pagamento imediato dos salários atrasados. O desembargador César Marques Carvalho marcou para a próxima sexta-feira uma audiência de conciliação virtual.
O Sindicato dos Médicos, que também vai ingressar na ação, convocou uma assembleia para quinta-feira (10). Na sexta-feira (11), o Sindicato dos Enfermeiros também promove uma reunião para definir que medidas serão tomadas.