Foto: divulgação

No dia 12 de abril (quarta-feira), às 18h, a Câmara Municipal do Recife, por iniciativa do mandato da vereadora Cida Pedrosa (PCdoB), vai realizar uma sessão solene em homenagem aos 59 anos da nomeação de Dom Hélder Camara como arcebispo de Olinda e Recife. O evento acontecerá no Plenário da Casa José Mariano e marca o início das comemorações do sexagésimo aniversário do “Dom” à frente da igreja católica em pernambuco.

A solenidade contará com depoimentos de personalidades como Chico Buarque de Holanda, Padre Júlio Lancellotti, Frei Beto e Leonardo Boff. Estarão presentes representantes do Instituto Dom Hélder Camara (IDHEC), Centro Dom Hélder Camara de Estudos e Ação Social (CENDHEC), Gabinete de Assessoria Jurídica às Organizações Populares (GAJOP), Faculdade Frassinetti do Recife (Fafire), Universidade Católica de Pernambuco (UNICAP), além dos guardiões dos Conventos de São Francisco, Santo Antônio e dos Capuchinhos do Pina e da Penha.

Quem foi Dom Hélder Camara?

Dom Hélder Pessoa Câmara nasceu em 1909, em Fortaleza, no Ceará, onde entrou no Seminário da Prainha de São José, com 14 anos. Aos 22 anos, foi ordenado sacerdote e em 1952 mudou-se para o Rio de Janeiro, onde viveu por 28 anos. Foi também no início dos anos 1950 que Dom Helder fundou a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Em 12 de março de 1964, foi nomeado o 6º Arcebispo de Recife e Olinda, pouco antes do Golpe Militar, tornando-se também um símbolo da resistência à ditadura e ao autoritarismo.

Durante toda sua vida, Dom Hélder se dedicou de forma irmanada à sua fé e aos direitos humanos, sobretudo às pessoas mais carentes, silenciadas e excluídas. No seu período enquanto Arcebispo de Recife e Olinda também fundou diversos grupos de direitos humanos como a “Comissão de Justiça e Paz”, o “Movimento Encontro de Irmãos” e o “Banco da Providência”, além de atuar junto a diversos outros grupos, movimentos estudantis, operários e ligas comunitárias. Após escrever um manifesto de apoio à ação católica operária, foi acusado de comunista, sendo proibido de se manifestar publicamente.

O reconhecimento do trabalho de Dom Hélder vai além do Brasil. Durante a ditadura, foi à Paris denunciar as práticas de tortura e a situação dos presos políticos no Brasil. Ele também recebeu diversos prêmios internacionais, entre eles o Prêmio Martin Luther King. Foi indicado 4 vezes ao Prêmio Nobel da Paz, tornando-se o brasileiro mais vezes indicado. Aos 90 anos, faleceu no Recife o “Dom da Paz”, no dia 27 de agosto de 1999. Em 2014, Dom Fernando Saburido, então Arcebispo de Recife e Olinda, solicitou ao Vaticano a abertura do processo de beatificação e canonização de Dom Hélder Câmara.

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Fonte: Ascom Cida Pedrosa
Edição: Bárbara Luz