A Polícia Militar em Porto Belo, litoral norte de Santa Catarina, fechou uma loja da Havan, do
empresário bolsonarista Luciano Hang, por desrespeitar as determinações do governo estadual
durante a pandemia do coronavírus.

Segundo as determinações do governo do estado, só podem operar serviços de alimentação,
saúde e fornecimento de água e energia devido à pandemia do coronavírus.
De acordo com a PM, a Havan estava autorizada a vender apenas ovos de Páscoa, mas foi
constatado que os clientes tinham acesso liberado para todos os espaços, circulando
normalmente.
A PM recebeu uma denúncia contra a loja, apontando a venda irregular de roupas no local, o
que não é permitido pelo decreto estadual.
Na inspeção, os policiais encontraram irregularidades e fecharam a loja, que fica na cidade
localizada a 67 quilômetros de distância de Florianópolis.
Em nota, o governo estadual informou que está autorizado o funcionamento de
estabelecimentos comerciais cuja Classificação Nacional das Atividades Econômicas (CNAE)
esteja relacionada a gênero alimentício, o que inclui o comércio de chocolates em
supermercados, mercados e lojas de rua. Segundo o governo, a operação desses
estabelecimentos está condicionada às regras determinadas em portaria pelo Centro de
Operações de Emergência em Saúde (COES).
O governador catarinense, Carlos Moisés (PSL), prorrogou a quarentena no estado após
reunião com prefeitos. Ele recuou da proposta anterior de afrouxar as medidas de quarentena.
“Haverá efeitos econômicos muito grandes? Sim, mas o estado não pode se omitir em um
momento como esse. É necessário um esforço extra de cada um para que possamos superar
essas dificuldades”, disse o governador.
“Não é vontade nossa a paralisação, temos dificuldades, não é medida que faz por necessidade
própria, mas de obrigação para proteger o cidadão e os mais vulneráveis”, enfatizou Moisés na
sexta-feira (3).
Por seu turno, Luciano Hang segue Bolsonaro, diz que a quarentena deve acabar e as pessoas
se exporem à contaminação do vírus.
Ele também já defendeu corte de salários dos trabalhadores. Para ele, “o dano na economia
vai ser muito maior do que na pandemia”. “Desligar [a economia] é fácil, como vamos voltar?
Como vamos ligar?”, questionou, sem se importar com o número de pessoas que podem
morrer.
O número de mortes por coronavírus dobrou em Santa Catarina, chegando a 10. São 356 casos
confirmados, segundo informação do governo estadual, no sábado (4).
Uma das vítimas foi um homem de 32 anos de São Ludgero, no Sul, que não tinha nenhuma
doença anterior