Onze especialistas somam-se aos 200 que já prestam serviços médicos no Haiti

Uma equipe de médicos e profissionais do Contingente Internacional de Médicos Especializados em Situações de Desastres e Epidemias Graves, Henry Reeve, de Cuba, chegou ao Haiti nesta quarta-feira (25) para reforçar o trabalho da brigada cubana que já se encontra prestando serviços assistenciais nas áreas afetadas pelo terremoto do último dia 14 de agosto.

Especialistas em ortopedia, anestesistas e enfermeiros viajaram logo que chegaram para as cidades de Les Cayes, Jeremie e Port Salut, regiões mais atingidas pelo terremoto que já custou 2.207 vidas e deixou pelo menos 12.268 feridos, de acordo com as últimas atualizações.

“Viemos apoiar o sul do país, sempre cumprindo com a solidariedade tão necessária em momentos como este”, disse Rigoberto González, enfermeiro anestesiologista, referindo-se aos departamentos de Sur, Nippes e Grand Anse como sendo os mais devastados, onde sofreram o posterior acontecimento da depressão tropical Grace, com fortes chuvas e inundações.

Os especialistas se somaram à brigada médica que lá se encontra, principalmente para fazer cirurgias. No Haiti trabalham 253 médicos, enfermeiras e outros colaboradores cubanos do setor da saúde que, depois do terremoto, participam dos enormes esforços que ali se realizam para salvar vidas e socorrer os feridos.

Em relação ao atendimento prestado pelo contingente Henry Reeve, o coordenador da Brigada Médica Cubana no Haiti, Luis Orlando Olivero, destacou que os alvos mais frequentes de consulta estão sendo os politraumatizados, com traumatismo craniano, fraturas, feridas, contusões, esmagamento e queimaduras por fricção.

O Contingente Henry Reeve foi criado em 19 de setembro de 2005 pelo Comandante Fidel Castro e, desde então, seus 13.597 membros salvaram quase 94.000 vidas e trataram mais de 4.500.000 pacientes.

Durante a pandemia de Covid-19, 52 brigadas foram formadas para enfrentá-la, das quais 43 continuam a fornecer serviços de saúde em 33 nações que precisaram de ajuda.

Desde 1998, Cuba colabora com o povo haitiano na área da saúde, depois das enchentes causadas pelos furacões George e Mitch; mais tarde, a ajuda solidária foi aumentada com a brigada Henry Reeve em 2010, quando um terremoto de magnitude 7,3 na escala Richter deixou mais de 250.000 mortos, 300.000 feridos e meio milhão de desabrigados.

Além de ter atingido uma das nações mais pobres do mundo — e, portanto, uma das menos preparadas para enfrentar eventos dessa natureza, o terremoto ocorreu em uma região onde se localiza uma complexa rede de placas tectônicas e falhas geológicas. Como em outras áreas onde as placas tectônicas são contíguas, nos limites da chamada placa do Caribe há uma atividade sísmica significativa. E foi o súbito deslizamento de uma delas, a falha de Enriquillo-Plantain Garden, que levou ao desastre.

Para piorar a situação, dois dias depois do terremoto a depressão tropical Grace se abateu sobre as regiões do sudoeste haitiano mais assoladas pelo tremor de magnitude 7,2, atingindo cidades arrasadas com ventos fortes e chuvas torrenciais e causando inundação em várias áreas, dificultado as ações de salvamento.

Embora cientificamente o Haiti seja um foco de desastres naturais, a devastação é ampliada por sua infraestrutura precária. Muitos prédios e estruturas usam materiais de baixa qualidade, incluindo o concreto para criar paredes e telhados pesados que não resiste aos ventos de furacão, não é reforçado e se desintegra facilmente quando o solo balança sob ele.