Intenção de voto para governo de SP no Ipespe

PT tenta convencer França a desistir, cenário em que Haddad chega a 35% as intenções de voto. Com apoio de Lula, Haddad vai a 39%.

A eleição de 2022 em São Paulo começa sendo a mais favorável para um candidato petista. O estado hegemonizado por décadas por governos do PSDB, abre uma brecha importante para a esquerda. O ex-prefeito da capital e ex-ministro da Educação, Fernando Haddad (PT) , lidera as intenções de voto na pesquisa estimulada, lidera mesmo quando seu nome nome não é citado, ganha seis pontos com uma eventual desistência do candidato do PSB e ganha 10 pontos com o apoio do ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva (PT).

Como o PSB faz parte da coligação nacional com o PT, com Geraldo Alckmin (PSB) apresentado como candidato a vice de Lula, existe um esforço para que o ex-governador Marcio França (PSB) desista da candidatura. Ele e o petista são os únicos que derrotam qualquer outro candidato no segundo turno, segundo o levantamento. A polarização entre Lula e Jair Bolsonaro (PL) parece beneficiar Haddad, assim como a baixa aprovação do governo de João Doria (PSDB) também abre vantagens a serem exploradas pelo candidato de esquerda.

No entanto, é bom registrar que o candidato bolsonarista, ex-ministro Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos), tem margem para crescer, conforme explicitada sua relação com Bolsonaro. Em termos técnicos, ele aparece empatado com Márcio França, na margem de erro, e poderia polarizar com Haddad, caso haja a desistência do candidato do PSB.

Números

A esquisa Ipespe para o governo do estado de São Paulo divulgada hoje aponta o ex-prefeito da capital paulista Fernando Haddad (PT) como líder na disputa, com 29% das intenções de voto, no cenário mais amplo testado.

Em segundo lugar, empatados dentro da margem de erro de 3,2 pontos percentuais para mais ou para menos, estão o ex-governador de São Paulo Márcio França (PSB), com 19%, e o ex-ministro Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos), com 13%.

Na sequência, vem o atual governador paulista, Rodrigo Garcia (PSDB), com 5%. O ex-prefeito de São José dos Campos Felício Ramuth (PSD) ficou com 2%. Vinícius Poit (Novo), Abraham Weintraub (Brasil 35), Altino
Junior (PSTU) e Elvis Cezar (PDT) registraram 1%. Todos eles estão empatados tecnicamente na margem de erro.

Não é possível comparar os resultados com a pesquisa anterior, já que o ex-governador Geraldo Alckmin, que teve sua indicação para vice do ex-presidente Lula formalizada, não consta no questionário aplicado pelo Ipespe, bem como Guilherme Boulos (PSOL). Nesta edição ainda aparecem novos nomes: Ramuth, Altino e Cezar, que não estavam na anterior.

Segundo o levantamento, 20% dizem que não votarão em nenhum candidato, em branco ou nulo. Não souberam responder 9% dos entrevistados.

O fator Márcio França

No cenário sem Márcio França (PSB), Fernando Haddad chega aos 35%. O PT tenta convencer o ex-governador a sair da disputa e apoiar a candidatura do ex-prefeito de São Paulo. Os dois partidos fecharam uma aliança em torno da candidatura presidencial do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na semana passada, com Geraldo Alckmin (PSB) anunciado como vice na chapa presidencial pelo PSB.

No cenário, com apenas Haddad, Tarcísio e Garcia na disputa, é possível comparar com a pesquisa anterior.Todos os candidatos oscilaram positivamente dois pontos percentuais.

O Ipespe também fez simulações de segundo turno. Fernando Haddad (PT) e Márcio França (PSB) vencem todos os demais candidatos. O instituto não testou os dois se enfrentando.

Lula, Bolsonaro e Doria

O Ipespe também fez sondagem na qual os nomes dos pré-candidatos aparecem com observações de apoios. Haddad foi mostrado com o apoio de Lula e Alckmin, Tarcísio com o de Bolsonaro e Garcia com o de Doria. Nesse caso, é possível fazer a comparação com o levantamento anterior, já que não houve alteração no cenário testado em fevereiro.

Fernando Haddad, com o apoio de Lula e Alckmin vai a 39%, Tarcísio de Freitas, com o apoio de Bolsonaro sobe de 13% a 29% e Rodrigo Garcia, com o apoio de Doria, sobe a 11%.

A pesquisa também fez sondagem de pesquisa espontânea, quando os entrevistados não recebem uma lista prévia de pré-candidatos. Nesse caso, Haddad e Tarcísio empatam dentro da margem de erro, com 10% e 9%, respectivamente. França aparece com 4%, empatando com Tarcísio, mas não com Haddad.

A pesquisa fez 1.000 entrevistas por telefone no estado de São Paulo entre os dias 6 e 9 de abril. Foram ouvidos eleitores de 16 anos ou mais. O levantamento foi contratado pela XP Investimentos e está registrado
no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) sob os números BR-00800/2022 e SP-06962/2022. A margem de erro máxima é de 3,2 pontos percentuais para mais ou para menos, com índice de confiança de 95,5%.

Por Cezar Xavier