O presidente da Caixa, Pedro Guimarães, durante a cerimônia de anúncio de contratos de patrocínio da Caixa e das Loterias Caixa com as confederações brasileiras de Atletismo, de Ginástica e de Skate e com o Comitê Paralímpico Brasileiro.

O ex-presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, declarou, em nota divulgada nessa quarta-feira (3), que nunca soube de denúncias de assédio moral e sexual durante sua gestão. Ao Ministério Público do Trabalho (MPT), o banco informou que recebeu 7 denúncias contra Pedro Guimarães por assédio sexual e moral, enquanto ele ainda era presidente, e outros 7 foram enviados depois de sua saída.

As denúncias de assédio moral e sexual tiveram uma alta vertiginosa a partir da chegada de Guimarães ao banco, em 2019. Atualmente são 115 procedimentos disciplinares para apurar relatos de assédio moral e 35 sobre assédio sexual.

Na nota, Guimarães nega ter “praticado ou estimulado qualquer ato de abuso, irregularidade ou ilegalidade” e se diz “convicto” de que as investigações provarão a “correção de seu comportamento”.

As denúncias vieram à tona depois de relatos de funcionárias, divulgadas em matéria no G1, contando episódios de assédio em viagem com Guimarães. “Na hora de pagar a conta pediu um abraço. Aí falou: ‘Ah! Eu tentei manter a distância’. ‘Ah, um abraço maior’. Eu fiquei muito sem graça, que eu já vi que ele já, né? A gente já sabe da fama. Eu já sabia da fama dele, então eu me reservei o máximo possível. E aí ele: ‘não, mas abraça direito. Abraça direito, porque é… você não gosta de mim’. Aí na hora que ele, na terceira vez que ele fez eu abraçar ele, ele passou a mão na minha bunda”, disse uma das trabalhadoras.

Aliado de primeira ordem de Bolsonaro, Guimarães deixou a presidência da Caixa em 29 de junho após a revelação das denúncias. As investigações seguem em curso e sob sigilo.