O ministro da Economia, Paulo Guedes, declarou nesta terça-feira (10) que está “bastante frustrado” por não ter conseguido torrar nenhuma estatal brasileira, conforme promessa de campanha de Bolsonaro.

O plano de Guedes era “privatizar todas as estatais”, entre elas as estratégicas Eletrobrás e Correios, e transferir os recursos para seus amigos da banca. Segundo ele, o Brasil possui, atualmente, cerca de R$ 2 trilhões em ativos – R$ 700 bilhões em empresas estatais e R$ 1,2 trilhão em imóveis-, que deveriam ser usados para pagamento de juros da dívida pública.

Em plena pandemia, quando governos centrais em várias partes do mundo protegiam suas empresas estatais e nacionais, Guedes bradava que ia realizar quatro grandes privatizações este ano. Diante da resistência do povo brasileiro em entregar o patrimônio nacional, o ministro de Bolsonaro atacou o Congresso Nacional e disse que “acordos políticos” estavam impedindo as privatizações.

“Estou bastante frustrado com o fato de a gente estar aqui há dois anos e não ter conseguido vender uma estatal. É bastante frustrante. Até por isso um secretário nosso foi embora, decidiu ir embora”, disse Guedes, se referindo ao ex-secretário de Desestatização, Salim Mattar, em evento promovido pela Controladoria-Geral da União (CGU).

Em maio deste ano, Guedes apresentou ao governo uma lista com 20 estatais “prontas para a venda” e defendeu “desinvestimentos” no BNDES, Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil e Petrobrás.

Em outro evento, o ministro de Bolsonaro declarou que sua prioridade para o ano 2021 é realizar “quatro grandes privatizações: os Correios, a Eletrobrás, o Porto de Santos e o PPSA (Pré-Sal Petróleo)”.