Guedes chantageia para aprovar PEC dos precatórios
Paulo Guedes, o principal responsável, junto com Bolsonaro, pelo desastre da economia nacional, pelo desemprego e subemprego que atinge mais de 30 milhões de brasileiros, pelo crescimento pífio da produção e, agora, pela explosão inflacionária, resolveu ameaçar não pagar salários se não houver apoio à sua intenção de aplicar o calote nos credores da União que obtiveram o direito de receber sua dívida na Justiça.
Ele já havia ameaçado antes que não alocaria recursos para a compra de vacinas caso não apoiassem o calote nos precatórios pretendido pelo governo. Esse discurso não passa de pura chantagem para que o Congresso Nacional aprove a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) dos precatórios, que são dívidas judiciais da União. Guedes afirmou que, sem o adiamento no pagamento dos R$ 89,1 bilhões que estão previstos para 2022, até os salários dos servidores estão ameaçados. Uma confissão clara do fracasso deste desgoverno que não faz absolutamente nada pelo Brasil.
“É inexequível pagar precatório de R$ 90 bilhões com leis vigentes, vai parar Brasília”, afirmou. Vai faltar para todos, inclusive, para salários”, acrescentou Guedes, nesta quinta-feira (19), em defesa da proposta que visa parcelar por 10 anos o pagamento de precatórios. O calote proposto por Guedes é visto como uma medida ilegal, inclusive, vem sendo chamada de “PEC das pedaladas”, numa alusão ao motivo alegado para o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff.
Ou seja, ele não paga o que deve, não cria empregos para os brasileiros, não controla os preços que não param de subir, não atrai investimentos, faz o dólar disparar, corta salários e serviços públicos, em suma, não governa. Não faz nada. A única coisa que Guedes faz desde que assumiu o Ministério da Economia é defender os interesses de seus cúmplices de especulação financeira e vender o patrimônio público a preço de banana, como está querendo fazer agora com os Correios e a Eletrobrás.
O ministro chama a divida com os brasileiros de “meteoro” dos precatórios. Acusa o Supremo Tribunal Federal (STF) pela decisão da Corte determinando o óbvio, que o governo tem que pagar o que deve. Já a “sagrada” dívida com os banqueiros não é minimamente questionada pelo ministro e nem pelos seus auxiliares, todos muito bem remunerados para protegerem seus poderosos interesses. Essa dívida com os bancos ele paga em dia, religiosamente, Aí não se admite um dia de atraso.
Os endinheirados, banqueiros e rentistas não precisaram recorrer ao STF como fizeram os milhares de outros cobradores dos precatórios que ganharam na Justiça. Eles têm garantido por Guedes os seus superlucros. Basta ver os balanços dos principais bancos brasileiros para se entender bem o que acontece nesta esfera. É recorde atrás de recorde em suas taxas de lucro. Ele ameaça não comprar vacina, não pagar salário, mas não ousa ameaçar deixar de pagar um dia sequer os banqueiros.
Decisão judicial não se discute, cumpre-se, diz o ditado popular. Mas, ele simplesmente não quer cumprir. “Nós oferecemos essa alternativa. Se essa alternativa não passar, não tem problema. “Nós mandamos o Orçamento com R$ 90 bilhões para precatórios e faltando tudo mais, inclusive, para salários nossos: salário no Executivo, no Congresso, no Supremo, no Judiciário… Se tiver que descumprir uma lei, você descumpre a outra”, afirmou Guedes.
Como dissemos, não há nenhuma decisão judicial determinando o pagamento dos juros, a rolagem e nem o principal da dívida, mas nessa despesa o capacho não ousa mexer. Já a compra de vacina, que significa mais mortes se não ocorrer, isso ele ameaça cortar. Para Guedes a vida não tem a menor importância. Sua cabeça está enfiada apenas nas negociatas. Não pensa em outra coisa.
Ameaça agora não pagar salários, o que provocará a fome nos lares brasileiros. Mas ele também não está nem aí para a fome do povo. O que não pode é colocar em risco o sagrado ganho dos seus patrões que o colocaram ali para garantir seus superlucros.
Reforma Tributária nas costas da classe C
Guedes também defendeu sua reforma tributária que, para variar, reduz os impostos dos ricos e aumenta a tributação dos mais pobres. Como disse o ex-secretário da Receita, Everardo Maciel, o ganho fiscal dessa proposta de Guedes “está nas costas da classe C”, denunciou o especialista. Além disso, a proposta estrangula estados e municípios e reduz serviços públicos, ao favorecer grandes empresa que pagariam menos imposto de renda.
O imposto de renda compõe os Fundos de Participação de estados e municípios. Eles seriam penalizados. Por isso a proposta de Guedes está sendo justamente travada no Congresso.
E, como Guedes é um “dinossauro chicago-boy”, totalmente fora de seu tempo, defende descaradamente a destruição da indústria nacional em benefício das multinacionais. Ameaçou as empresa brasileiras com mais incentivos às importações. Disse que as empresas vão ter que correr e se preparar porque ele vai “abrir” ainda mais as fronteiras. “A CNI tem que tirar essa fantasia de ataques amistosos e colocar os acadêmicos para conversarem, de um lado, e vamos para o jogo real. A inflação está subindo. A abertura vai começar e esses 10% é só o primeiro passo”, anunciou o vende-pátria.