Atingida por quatro disparos, a locutora Yasmin Villagrán sobreviveu

A Associação de Jornalistas da Guatemala (APG) “repudiou o ataque armado” contra a locutora Yazmin Villagrán, ocorrido na sexta-feira (7) quando saía da apresentação do programa Resumo de Notícias em Puerto Barrios, Izabal.

Villagrán foi vítima de um atentado armado por dois motoqueiros quando se dirigia ao seu carro, sendo atingida por quatro disparos nos braços e pernas. Levada ao hospital, se encontra em estado estável e fora de perigo.

“O fato reforça a permanente insegurança a que se encontram expostos os jornalistas guatemaltecos, especialmente aqueles que residem foram da capital e nas áreas com forte presença do crime organizado”, condenou a entidade.

Para a APG, cabe ao Ministério Público “realizar uma investigação exaustiva do ataque, que permita elucidar a origem do mesmo e a punição de todos os envolvidos”. Além disso, a entidade defende que as autoridades façam a análise do risco a que está submetida Villagrán e tomem as providências para “garantir todas as medidas de segurança que sejam necessárias”.

Segundo a APG, o governo do departamento de Izabal tem “a responsabilidade de fortalecer as ações de segurança para evitar novos atentados que ponham em risco aos jornalistas e à população”. “O Estado deve tomar medidas contundentes para frear a violência neste departamento, sem que isto se traduza na limitação dos direitos dos cidadãos, como tem ocorrido com a imposição de estados de exceção ou prevenção”, sublinhou.

As entidades de profissionais da comunicação e de defesa dos direitos humanos denunciam serem corriqueiras “as ameaças de morte, perseguições, roubos e assassinatos” de jornalistas na Guatemala. Conforme as organizações, a situação tem se agravado desde o começo da pandemia, pois o objetivo do presidente Alejandro Giammattei – que tomou posse em janeiro de 2020 – é fazer com que a população desconheça sua inoperância frente ao coronavírus, encobrindo os números reais de mortos e contagiados.

Na capital, Guatemala, manifestantes ergueram a voz, faixas e cartazes neste sábado (8) protestando contra a má gestão da pandemia. Até a sexta-feira (7), a nação de mais de 17 milhões de habitantes vacinou apenas 188.671 pessoas, sendo que somente 2.457 receberam as duas doses. O país centro-americano tem registrados mais de 234 mil casos e 7.700 mortos.