Manifestação em Havana em 17 de julho contra o bloqueio, em apoio à soberania e ao governo cubano.

Dezenas de líderes políticos de 16 países, que compõem o Grupo de Puebla, assinaram no sábado (31) uma declaração exigindo o levantamento das sanções econômicas, financeiras e comerciais que os Estados Unidos (EUA) impõem a Cuba há 60 anos.

“Exigimos o levantamento incondicional e urgente das medidas impostas pelo governo de Trump, que impedem que Cuba enfrente hoje a pandemia Covid-19 (…) repudiamos o bloqueio ilegal, cruel e contraproducente imposto durante seis décadas pelos Estados Unidos ao povo cubano”, assinala o documento do Grupo de Puebla, foro criado no México em 2019, composto por dirigentes da América Latina, entre eles os presidentes da Argentina, Alberto Fernández e da Bolívia, Luis Arce.

Referindo-se à ilegalidade das sanções, o texto lembra que essas medidas vão contra o direito internacional. “O dito embargo comercial contradiz abertamente a Carta das Nações Unidas e as normas do direito internacional público ao impor sanções extraterritoriais a empresas e países que desejem comerciar ou investir livremente em Cuba”, afirma a declaração.

“Segundo a CEPAL (Comissão Econômica para a América Latina), o vergonhoso embargo imposto unilateralmente pelos Estados Unidos a Cuba tem causado prejuízos da ordem de 147 bilhões de dólares durante seis décadas e, deste montante, 9,1 bilhões de dólares foram provocados durante a época da pandemia”, detalha o Grupo Puebla.

O Grupo pede ao atual inquilino da Casa Branca, Joe Biden, que suprima as medidas deixadas por Trump e todas as leis que conformam o bloqueio ilegal contra a ilha. “Das 243 regras comerciais restritivas e draconianas de negócios impostas pelo governo de Trump, 53 foram expedidas e aplicadas em meio à pandemia, impedindo aquele país de receber equipamentos essenciais de saúde, como respiradores, vacinas e outros insumos”, alertam.

“A política externa anunciada pelo presidente Joe Biden, que visa colocar ênfase nas negociações, na formação de alianças e no fortalecimento do multilateralismo, deve ser estendida a Cuba e à América Latina em geral, na sequência dos acordos de normalização das relações bilaterais firmados com o Governo cubano durante a administração de Barack Obama”, frisa o comunicado.

O Grupo ratifica sua firme convicção de que corresponde exclusivamente ao povo cubano, de acordo com os mandatos constitutivos das Nações Unidas, decidir livre e soberanamente sobre seu destino, sem interferência de outros Estados.

E conclui expressando “solidariedade irrestrita com o heroico povo de Cuba” .