A greve dos servidores do INSS por reajuste salarial já atinge pelo menos 14 estados, afirma a Federação Nacional dos Sindicatos de Trabalhadores em Saúde, Trabalho, Previdência e Assistência Social (Fenasps).

A mobilização, iniciada ontem (23), reivindica um reajuste de 19,99%, índice exigido pelo conjunto dos servidores em campanha salarial desde o final do ano passado.

Diversas categorias vêm se mobilizando contra o arrocho imposto pelo governo Bolsonaro que, em todo o seu governo, não concedeu nenhum reajuste aos servidores que vêm seus salários ano a ano corroídos pela inflação.

De acordo com o sindicato, a greve atinge agências na Bahia, Ceará, Espirito Santo, Goiás, Tocantins, Maranhão, Minas Gerais, Pará, Paraná, Piauí, Santa Catarina, São Paulo, Rio Grande do Norte e Rio Grande do Sul.

O INSS é um dos órgãos mais atingidos pela política do governo que, além de não reajustar salários, não há previsão de concurso para a reposição dos funcionários que se aposentam e ainda o Instituto sofreu um corte direto de R$ 988 milhões no orçamento deste ano.

Com o sucateamento, a fila de espera para o recebimento de benefícios já chega a 1,8 milhão de pessoas e o déficit de pessoal, segundo o Ministério Público do Trabalho é de 18 mil funcionários.

Para Daniel Emmanuel, diretor do Sindicato dos Trabalhadores Federais da Saúde, Trabalho e Previdência no Rio Grande do Sul (SindisprevRS), “temos três pontos essenciais de reivindicação: reposição salarial, valorização da carreira em relação a um acordo de greve feito em 2015 que não foi cumprido até o momento pelo governo federal, e as condições de trabalho, para que possamos atender o público. Hoje, estamos com a metade dos servidores em relação ao que tínhamos há quatro anos. Apesar disso, a nossa produção aumentou em 30% nesse período. Ou seja, os servidores estão trabalhando mais”, afirma, destacando que, enquanto isso, pessoas à aposentadoria e auxílio-doença não conseguem ser atendidas.

“Há mais de um ano foi entregue para o ministro Paulo Guedes a pauta com nossas reinvindicações e nunca houve sequer uma tentativa de conversa com a gente. Pedimos desculpas à população que sofrerá muito com esse movimento, mas não tínhamos mais outro caminho”, destaca Elenir Pereira, diretora do Sindicato dos Trabalhadores Federais em Saúde, Trabalho e Previdência Social do Ceará (Cinprece).

No Recife, o Sindicato dos Trabalhadores Públicos Federais em Saúde e Previdência Social em Pernambuco (Sindisprev-PE) realizou um protesto em frente ao INSS localizado na Avenida Mário Melo, em Santo Amaro, na região região central.