Gregos realizaram marchas e paralisações em Atenas contra a 'reforma' trabalhista do premiê Mitsotakis

Milhares de gregos voltaram às ruas pela segunda vez na quarta-feira (16) para protestar contra o projeto de ‘reforma’ trabalhista que permite ampliação das jornadas de trabalho e impõe severas limitações ao direito de greve.

Bancada pelo primeiro-ministro Kyriakos Mitsotakis, a “nova” legislação aprovada por estreita margem – 158 deputados da Nova Democracia (de direita) dos 300 – repete a surrada fórmula neoliberal que possibilita a diminuição de direitos, jornada e salários.

Entre os inúmeros atropelos, a reforma dá carta branca para a extensão da jornada para até 10 horas diárias, impõe um serviço mínimo nas greves no setor público e responsabiliza penalmente os sindicatos pelo seu descumprimento.

Diante da afronta, o país foi sacudido com manifestações e greves que paralisaram entre outras atividades os transportes públicos de Atenas e as conexões marítimas com as ilhas gregas, bem como inúmeros serviços públicos.

Depois de erguerem suas vozes, faixas e cartazes pelas ruas e avenidas da capital pela manhã, milhares de manifestantes voltaram a se concentrar em frente ao parlamento à noite para alertar sobre o descaminho recessivo e antidemocrático que começou a ser trilhado.

Ao contrário da oposição, Kyriakos Mitsotakis sustenta que a reforma é “profundamente favorável ao crescimento”. Para ele, os abusos ‘alinham-se’ com as normas europeias, segundo as quais a normalidade é que um entre cada quatro trabalhadores não esteja registrado formalmente.

Dirigente oposicionista e secretário-geral do Partido Comunista, Dimitris Koutsoumbas enfatizou que a reforma legaliza una espécie de “selva” onde os empregados serão jogados “totalmente sem defesa”.