Mais uma vez Bolsonaro anuncia medidas econômicas para enfrentar a crise do coronavírus,
mas, até agora, nada de concreto foi feito.
O novo anúncio foi feito numa entrevista coletiva no Palácio do Planalto no início da tarde
desta quarta-feira (01). Todas as medidas informadas já haviam sido anunciadas antes.
A medida mais urgente, que é a ajuda emergencial de R$ 600, podendo chegar a R$ 1.200″,
aprovada pelo Congresso Nacional, ainda aguarda sanção presidencial, que não aconteceu.
Bolsonaro disse na terça-feira (31) que precisava ir com calma porque haveria vetos ao
projeto. O presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (Dem-RJ), criticou a demora. Ele e
todo o Brasil esperavam a sanção da lei aprovada para a própria terça-feira, e não saiu.
Onyx Lorenzoni chegou a falar que o dinheiro só sairá no dia 16 de abril, gerando protestos.
“Acho que o governo tem toda a condição, num trabalho com mutirão, juntando outras
estruturas, mesmo de forma remota, que consiga organizar o pagamento dos brasileiros antes
de 16 de abril”, ponderou o presidente da Câmara.
“Com uma crise do tamanho da que a gente está vivendo, não me perece que a palavra
emergência signifique aguardar até 16 de abril. Não é a melhor solução”, afirmou Maia, que
aguardava para a terça-feira (31) a sanção do presidente da lei de ajuda emergencial.
A demora por parte de Bolsonaro e Guedes para liberar os recursos emergenciais reforça as
incertezas da população e é o que Bolsonaro quer para forçar a volta ao trabalho. Nesta
quarta-feira (01), ele compartilhou vídeo falso espalhando um inexistente desabastecimento
no país.
A primeira medida, e já anunciada antes, é a compensação das perdas salariais com a redução
de carga horária nas empresas. O valor reservado para esta ação seria de R$ 51 bilhões. A
segunda “nova” medida, foi apresentada na semana passada, pelo presidente do Banco
Central, será uma linha de crédito de R$ 40 bilhões para as empresas quitarem salários. Serão
R$ 34 bilhões do governo e R$ 6 bilhões dos bancos privados.
A terceira medida, também já anunciada na semana passada, e que está muito atrasada, é a
transferência de R$ 16 bilhões a estados e municípios para o enfrentamento da pandemia. O
pacote conta ainda com os R$ 98 bilhões já previstos para a ajuda emergencial de informais.
Ou seja, uma coletiva para não anunciar nada de novo, a não ser enrolação.