A Caixa Econômica Federal divulgou novo calendário para o pagamento do auxílio emergencial
de R$ 600. Até o momento, após 15 dias de sua aprovação no Congresso Nacional, dos cerca
de 54 milhões de pessoas que aguardam pelo benefício, apenas 2,5 milhões conseguiram
receber.
Até segunda-feira, 13, apenas os que já eram inscritos no Cadastro Único que já tinham conta
na Caixa e do Banco do Brasil e que não recebem Bolsa Família receberam o auxílio, mas
mesmo dos que se enquadram nessa categoria, muitos não conseguiram receber.
As exigências criadas pelo governo para que o dinheiro chegue às mãos dos milhões de
necessitados, em uma hora tão crucial como essa, são tantas, que só podem ser vistas como
má vontade ou uma tentativa da equipe econômica em adiar ao máximo a liberação do
dinheiro.
Não à toa, as enormes filas diante das agências da Caixa e da Receita Federal se espalham por
todo o país, colocando milhões de cidadãos nas ruas, quando a recomendação das autoridades
médicas diante do coronavírus é de que as pessoas fiquem em casa.
Das exigências mais contestadas por autoridades e especialistas da área está a obrigatoriedade
do CPF regularizado. A exigência é ainda mais descabida, pois inclui também a apresentação
do CPF de todos os filhos do cidadão que tem direito ao benefício.
A outra sabotagem para protelar ao máximo a entrega do dinheiro às famílias que já não têm o
que comer em casa, muitas que não têm nem água encanada, e nem mesmo moram em
lugares que possam ser chamados de casa, além de uma grande quantidade de idosos,
analfabetos e semianalfabetos, é de que toda essa burocracia, preenchimento de formulários,
apresentação de documentos etc, etc, possa ser resolvida de maneira virtual, através da
Internet, computadores e celulares.
Como afirma o diretor técnico do Dieese, Fausto Augusto Junior, em matéria do Jornal Brasil
Atual: “O governo não concordava com essa proposta, que foi costurada pelos movimentos
sociais e sindical. Agora, vai postergando o seu pagamento. Acredita que quanto mais
posterga, menos vai pagar lá na frente”.
Enquanto isso, o governo distribui o benefício a conta-gotas, com previsão de atender 9,4
milhões de pessoas, em parcelas, até sexta-feira. Nesta terça-feira, 14, a previsão é que sejam
atendidas 831.013 pessoas.
Segundo o novo calendário, hoje, dia 14, o depósito iniciou às 12 horas para trabalhadores
informais que têm conta no Banco do Brasil. Além desses, recebem as pessoas nascidas em
janeiro que não estão inscritos no Cadastro Único (CadÚnico) e fizeram o cadastramento pelo
site ou aplicativo do banco.
Essas pessoas receberão pela poupança digital da Caixa (criada para o pagamento benefício)
ou terão o dinheiro pago na sua conta de qualquer instituição indicada no cadastro. Entre elas,
mães chefes de família que receberão o valor de R$ 1.200.
Aqueles que não têm conta em qualquer banco e terão a poupança digital criada só poderão
sacar o dinheiro a partir do dia 27. Até lá, os valores só estarão disponíveis para transferências
e para pagamento de boletos pelo aplicativo Caixa. O saque será escalonado de acordo com a
data de nascimento e poderá ser feito no autoatendimento ou nas Casas Lotéricas.
Na quarta-feira, 15, a previsão é o pagamento de mais 1.635.291 pessoas nascidas em
fevereiro, março e abril, que receberão via poupança digital da Caixa.
Na quinta-feira, 16, 2.282.321 pessoas inscritas no Cadastro Único, nascidas em maio, junho,
julho e agosto, recebem o benefício. Nesta data também inicia o pagamento para os
beneficiários do Bolsa Família, que ocorre nos dez últimos dias de abril.

Na sexta-feira, dia 17, 1.958.268 pessoas – nascidas em setembro, outubro, novembro e
dezembro – receberão via poupança digital da Caixa (inscritos no Cadastro Único que não
recebem Bolsa Família).