Lâmpadas incandescentes devem ser retiradas do mercado brasileiro até 2016 (Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

O governo anunciou que vai manter a bandeira vermelha no patamar dois no mês de julho, quando os consumidores pagam um adicional de R$ 6,243 a cada 100 quilowatts-hora (kWh) pagos na conta de luz, o que vem ocorrendo este mês. O anúncio foi feito na sexta-feira (25), pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

Na próxima terça-feira (29), a Agência irá definir a proposta para o mês de agosto e a bandeira vermelha deverá sofrer um reajuste de, pelo menos, R$ 10 a 100 KWh, um aumento de 60%, estimam os especialistas, onerando ainda mais o bolso do consumidor.

De acordo com números da Serasa, 36,9 milhões de brasileiros não conseguem pagar suas contas básicas, como luz e gás, por exemplo, cujos preços das tarifas – que são administrados pelo governo federal – vêm sofrendo aumentos expressivos no último período.

Segundo a prévia da inflação (IPCA-15) de junho, divulgada pelo IBGE esta semana, o aumento da energia elétrica teve maior participação para a elevação da inflação da habitação (+1,57%) devido à mudança na bandeira tarifária de vermelha patamar 1, que é de R$ 4,169 a cada 100kWh consumidos, para bandeira vermelha patamar 2.

Segundo a Aneel, a manutenção da bandeira vermelha patamar 2 se deve à baixa quantidade de água que chegou aos reservatórios das hidrelétricas em junho, “entre as mais críticas do histórico”.

Para especialistas do setor, o caos energético é responsabilidade do governo que tenta colocar a culpa da crise hídrica em São Pedro. Não faz investimentos, sabotou a Eletrobrás levando-a à privatização, e esvaziou os reservatórios em benefício das térmicas, mais caras e poluentes.

Por outro lado, não há qualquer setor do governo, uma única palavra de como o país vai sair dessa situação, a não ser mandar a conta para o consumidor, com aval de Bolsonaro.