O governo cortou o auxílio emergencial de cerca de 2,2 milhões de mães chefes de família ou diminuiu o valor do benefício, para parte dessas mulheres, que deveria ser de R$ 375 este ano.

O número foi obtido a partir de cálculo do jornal Metrópoles, com dados do Ministério da Cidadania.

Esse é o corte mais grave realizado pelo Governo Federal, em meio aos cortes gerais feitos desde o início da nova rodada do auxílio. Além da diminuição do valor do auxílio em relação ao ano passado, que passou de R$ 600 ou R$ 1.200 para as mães chefes de família, para os míseros R$ 150 – valor mínimo – ou R$ 375 para as mães – no auge da pandemia da Covid-19, que não paga nem uma cesta básica; o governo cortou milhões de brasileiros em 2021, que continuam desempregados e sem condições de sobrevivência.

Segundo os dados do jornal, em 2020, 10.833 milhões de mães que sustentam sozinhas os filhos, receberam a parcela de R$ 1,2 mil. Em 2021, o número de mulheres beneficiadas com o auxílio caiu para 8.576 milhões, além da diminuição do valor.

Um corte de 21% de beneficiadas ao longo do período, já que, a partir de pente-fino realizado mensalmente pelo governo nos cadastros dos inscritos, os cortes vão acontecendo desde 2020, mas muitas mães relatam que os cortes se intensificaram esse ano.

Para a maioria das mães, o bloqueio do auxílio não tem explicação, já que permanecem nas mesmas condições de aptas a receberem, e muitas não conseguem nem contestar, conforme explicou à reportagem do Metrópoles o jornalista Leonardo Caprara, do Canal Consulta Pública, que tem ajudado as famílias com dificuldades para receber o benefício.

“Esses bloqueios não tiveram clareza nos motivos e boa parte [das beneficiadas] sequer teve a oportunidade de contestar, pois, no auxílio emergencial 2021, o Ministério da Cidadania criou bloqueios que não permitem a contestação”, afirmou.

Em redes sociais e grupos de ajuda, as mães, que continuam desempregadas e sem meios para sustentar a família, contam seus dramas e como estão se virando para sobreviverem sem o auxílio, que mesmo com a drástica diminuição do valor feita pelo Governo Federal, ainda era alguma coisa.

Segundo elas, falta comida na mesa, e não conseguem pagar a conta de luz ou o botijão de gás. Muitas estão sobrevivendo de empréstimos, ajuda de familiares, de ONGs que atuam em comunidades, ou com a venda de bolos e doces.