Governo contrata multinacional para liderar estudos sobre privatização
O governo Bolsonaro, através do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), anunciou o andamento de seu projeto de privatização dos Correios.
Em meio à greve dos funcionários contra o corte de direitos, fechamento de agências e redução de pessoal da estatal responsável pela entrega de correspondências e produtos em todo o território nacional, o BNDES divulgou a escolha da multinacional Accenture para liderar estudos para a privatização ou extinção da empresa.
Através de uma nota divulgada no final de semana (22), a diretoria do BNDES informou que homologou na quinta-feira (20) o consórcio “Postar”, liderado pela empresa Accenture do Brasil, como vencedor do seu processo de seleção de empresas para a realização dos “estudos”.
Além da multinacional Accenture, que foi fundada em Chicago (EUA) e tem sede hoje em Dublin na Irlanda, o consórcio conta com a participação das empresas Machado, Meyer, Sendacz, Opice e Falcão Advogados. O governo pagará para Postar cerca de R$ 7,89 milhões pela consultoria.
A privatização da empresa foi defendida desde o início do governo Bolsonaro pelo seu então secretário de Desestatização, Desinvestimento e Mercados do Ministério da Economia, Salim Mattar. No entanto, a tentativa de Bolsonaro/Guedes de seguir adiante com seus projetos de desestatização de empresas vem encontrando dificuldades ao ponto do próprio secretário da privatização pedir para sair do governo.
O plano de entrega da empresa à iniciativa privada também foi denunciado pelos trabalhadores na greve respondendo aos argumentos do governo de é que deficitária. De acordo com a Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos (Fentect), no ano passado, a ECT teve uma receita de R$ 18,3 bilhões e registrou um lucro de R$ 102,1 milhões. No entanto, a empresa fechou o ano passado com 99.443 funcionários, uma redução de -5,61%, frente aos 105.349 trabalhadores registrados em 2018.
Para a Federação Interestadual dos Trabalhadores dos Correios (FINDECT), a privatização do serviço postal brasileiros só beneficiará “as gananciosas empresas estrangeiras de comércio eletrônico e logística, como Amazon, UBER, Fedex, UPS, entre outras que estão direcionando as ações do governo e da direção da ECT rumo à extinção ou venda dos Correios trazendo prejuízo à população”, denunciou a entidade.