A direção da Petrobrás anunciou novo aumento no Gás Liquefeito de Petróleo (GLP), o conhecido gás de cozinha, nas refinarias. O produto entregue às distribuidoras teve um aumento de 5%. O mesmo percentual do último aumento realizado no dia 4 de novembro. O aumento entrou em vigor na quinta-feira (3).

Com mais essa alta autorizada pelo governo Bolsonaro, o botijão de 13 Kg, chegará mais caro para o consumo das famílias brasileiras, comprometendo ainda mais a renda do trabalhador, que na pandemia, além do desemprego, ou da ameaça de ficar sem trabalho e sem renda, viu o preço dos alimentos dispararem. Para os milhões de brasileiros que receberam o auxílio emergencial e agora vão ficar sem renda e sem emprego, a situação ainda vai ficar pior com a bandeira vermelha na tarifa de energia autorizada esta semana.

Mas, como disse o capitão: “apague a luz e tome um banho rápido”. Só falta agora Bolsonaro dizer que o povo precisa comer menos ou parar de cozinhar.

As distribuidoras vão retirar das refinarias o botijão de 13 Kg em média por R$ 33,89. Com o reajuste, o preço do produto nas refinarias acumula alta no ano de 21,9%, muito acima do IPCA, índice oficial de inflação, de 3,12% no mesmo período.

De acordo com dados da Agência Nacional do Petróleo (ANP), a parcela da Petrobrás corresponde a algo em torno de 43% do preço final ao consumidor. Os 57% restantes referem-se às margens de distribuidores e revendedores e impostos.

Conforme as dados da ANP, partindo dos preços médios no final de novembro, se distribuidores e revendedores repassarem apenas os 5% do reajuste das refinarias, os preços médios no Acre ficarão acima de R$ 96,00; no Pará, R$ 82,87; Rio Grande do Norte, R$ 77,17; em São Paulo sobe para R$ 76,55 e no Rio Grande do Sul para R$ 75,89.

Desde novembro de 2019, a Petrobrás igualou os preços do GLP para os segmentos residencial e industrial/comercial, isto é, nivelou por cima, retirando de dezenas de milhões de famílias com renda miserável alguma condição de comprar o gás com preços menores dos que os cobrados das empresas permitiam e que vigoraram até então. O subsídio cruzado, que não era deficitário e que funcionou com êxito por décadas, foi detonado.

A direção da Petrobrás justificou em nota sua política de submissão a preços internacionais em detrimento do consumidor brasileiro. “Os preços de GLP praticados pela Petrobras seguem a dinâmica das commodities em economias abertas, tendo como referência o preço de paridade de importação, formado pelo valor do produto no mercado internacional, mais os custos que importadores teriam, como frete de navios, taxas portuárias e demais custos internos de transporte para cada ponto de fornecimento. Esta metodologia de precificação acompanha os movimentos do mercado internacional, para cima e para baixo”, informou a estatal.

Traduzindo: mantemos os preços submetidos à especulação do mercado internacional, altamente monopolizado, e não com base nos favoráveis custos de produção da Petrobrás. Que tudo mais é calculado para facilitar a vida dos importadores de gasolina e outros derivados de petróleo, como a Shell, Ipiranga, entre outros, inclusive provocando ociosidade nas refinarias da empresa.

Ou ainda, que os preços podem subir ou descer com essa “metodologia”, como se os monopólios privados não se organizassem exatamente para estabelecer os preços máximos que puderem e obter seus superlucros.