María Nela Prada, ministra da Presidência, denuncia: “recebemos um Estado quebrado”

O governo da Bolívia divulgou, na segunda-feira (7), um informe sobre seu primeiro mês de gestão e de enfrentamento com a situação de crise e desmonte do Estado, produto do “saqueio” e má administração durante o desgoverno de Jeanine Áñez.

Em coletiva de imprensa, a ministra da Presidência (equivalente à nossa Casa Civil), María Nela Prada, afirmou que “quando assumimos, em 10 de novembro, encontramos um Estado quebrado, lamentavelmente repetiu-se a história neoliberal do saqueio de nossa amada Bolívia. Já iniciamos o desmantelamento da estrutura neoliberal que estava à serviço de muito poucos e estamos reconstruindo os alicerces do modelo econômico, social, comunitário, produtivo boliviano, à serviço de milhões».

A ministra disse que a economia, que crescia a uma média de 4,9% nos últimos anos, em outubro de 2020 apresentou um “decréscimo anual de 11,11% e não havíamos tido uma retração desde 1986”.

Denunciou que o investimento público, “que foi o coração do modelo econômico produtivo, teve uma contração de 66%. Isso implica em centenas de projetos de investimento público paralisados, centenas de obras sem concluir, milhares de empregos que se fecharam em um momento de crise, de necessidade e fome”.

Acrescentou que a arrecadação tributária alfandegária desceu de 47 milhões de pesos bolivianos (35 milhões de reais) em outubro de 2019 para 34 milhões de pesos (25 milhões de reais) em outubro de 2020. “Isso é uma queda de 27,2%”, mostrou.

Prada revelou que o desemprego aberto urbano aumentou de 4,8% em outubro de 2019 para 8,7% em outubro de 2020. “Isso se reflete nas ruas, onde não há trabalho”, constatou.

“Agora se retomou o controle de nossas empresas públicas”, enfatizou, assinalando que o objetivo do governo de Áñez “era quebrá-las para depois privatizá-las, como é a praxe do modelo neoliberal”.

Nesse quadro, na segunda-feira (7), o presidente Luis Arce pediu à população consumir a produção boliviana para reativar a economia nacional.

“Quero lhes dizer em um ato patriótico que contribuam com os produtores bolivianos comprando o feito na Bolívia. Esta é a forma mais eficaz de apoiar as medidas que o governo está tomando frente a toda esta crise que enfrentamos. Queremos industrialização com substituição de importações, com produção boliviana”, acrescentou Arce.