“Há que se destacar que 39 kg não é para consumo de bordo”, disse João Vicente

João Vicente Goulart, presidente do Instituto João Goulart (IPG), e ex-candidato à Presidência da República em 2018, afirmou que considera “um absurdo a pouca importância que se deu à segurança no embarque de cocaína no avião presidencial”.
“Podiam ser explosivos”, avaliou Goulart, ao comentar o episódio da prisão, na terça-feira (25), em Sevilha, na Espanha, do sargento integrante da escolta do presidente, com 39 quilos de cocaína na bagagem.
“Há que se destacar que 39 kg não é para consumo de bordo”, ponderou João Vicente. “Ninguém desce em um aeroporto internacional com esse carregamento, se não tivesse certeza da impunidade, da proteção de alguém acima de um sargento”, prosseguiu.
João Vicente cobrou mais transparência no inquérito que investiga o caso. “Pelo que sabemos, esse sargento vive de forma espartana. Temos que exigir que se torne público o teor do inquérito e o depoimento ipsis-literis dele”, cobrou João Vicente. “De quem era essa encomenda, pois é evidente que tem cachorro grande acima dele”, questionou o presidente do IPG.
De acordo com dados do Escritório para Drogas e Crime da Organização das Nações Unidas (UNODC), essa quantidade de cocaína poderia ser vendida por cerca de R$ 5,8 milhões. “Não é uma questão de azar, como disse Heleno (Augusto Heleno, chefe do Gabinete de Segurança Institucional), é uma questão de conduta e responsabilidade que sob seu comando deixou o Brasil enxovalhado internacionalmente”, acrescentou João Vicente.
Sobre a declaração de Jair Bolsonaro, tentando minimizar o episódio, dizendo de que “isso acontece em qualquer lugar do mundo”, João Vicente cobrou. “Ele que diga em qual outro avião presidencial pegaram 39 kg de cocaína. Deve ser no de Steve Bannon”, alfinetou. “Só falta ele dizer que a droga estava dividia em 3 pacotes de 13 kg”, concluiu Goulart.