A General Motors vai abrir programas de demissão voluntária (PDV) e a extensão do lay-off em curso, até novembro.

A medida foi negociada com os sindicatos de Metalúrgicos das regiões de São Caetano do Sul (SP), São José dos Campos (SP), Gravataí (RS) e Joinville (SC).

O PDV será aberto apenas nas fábricas de São Caetano e de São José dos Campos.

A proposta da montadora já foi aceita pelos trabalhadores de São Caetano do Sul, de Gravataí e de Joinville, em assembleia online. Os funcionários de São José dos Campos ainda vão decidir sobre a proposta nos próximos dias.

“Nós achamos que uma empresa do porte da GM, que é muito forte a nível internacional, teria total condição de manter os 18 mil funcionários, por mais que durante o período da pandemia houve uma queda na produção. […] Nós achamos que demitir durante a pandemia é desumano”, afirmou o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região, Weller Gonçalves, em entrevista à Sputnik Brasil.

O PDV terá incentivos de salários que vão de 3 a 7 salários extras por ano trabalhado, dependendo do tempo de empresa; de um a dois anos de manutenção do plano de saúde e até um modelo Onix para os funcionários com mais de 11 anos de trabalho que aderirem ao programa.

Os funcionários com até três anos de trabalhão não terão incentivos. Segundo o presidente em exercício do Sindicato dos Metalúrgicos de São Caetano do Sul, “provavelmente porque a empresa quer manter esse pessoal, que têm salários inferiores aos mais antigos”.

No lay-off (suspensão de contratos de trabalho) os trabalhadores vão receber 100% do salário líquido (R$ 1.813 pagos pelo Fundo de Amparo ao Trabalhador – FAT, e o complemento pago pela empresa). As medidas, segundo a empresa, são para evitar demissões em massa diante da crise do caronavírus. A GM emprega 18 mil trabalhadores em todo o Brasil.

Para o vice-presidente do sindicato de São José dos Campos, Renato Almeida, “o sindicato se mantém na defesa dos empregos, especialmente neste momento tão crítico em que a população está sofrendo as consequências da pandemia. Somos contra qualquer tipo de demissão, inclusive o PDV, mas a decisão cabe aos trabalhadores”, afirma.