O presidente Joe Biden conversa com Jens Stoltenberg, secretário-geral da OTAN

Após a declaração do secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), Jens Stoltenberg, sobre o novo “conceito estratégico” formulado em virtude dos recentes acontecimentos na Ucrânia, a imprensa chinesa alertou sobre o desejo dos Estados Unidos usar o organismo como suas próprias forças armadas.

“No início dos anos 1990, os EUA prometeram que a OTAN não se expandiria nem um centímetro para leste. Contudo, enquanto iniciadora da crise da Ucrânia, a OTAN liderada pelos Estados Unidos se expandiu para leste cinco vezes desde 1999. Esta expansão é vista como um dos motivos da continuação do conflito entre a Rússia e a Ucrânia”, apontou o Global Times,

Na avaliação do jornal chinês, Washington está tentando fazer de tudo, pressionando e chantageando para que alguns de seus adversários se tornem inimigos de todo o bloco. Contudo, alertou, esta é uma estratégia que nem sempre funciona.

“A OTAN está profundamente dividida. A criação de inimigos externos apenas cria uma ilusão momentânea e dificilmente eliminará as diferenças entre seus líderes. Por exemplo, o acordo AUKUS entre os EUA, Reino Unido e Austrália forçou alguns países europeus a não confiarem nas Forças Armadas e nas iniciativas estratégicas americanas”, avaliou um especialista militar citado pelo GT. A atual crise na Ucrânia, reafirmou o especialista, é motivada pelas ações estadunidenses, seguidas pela OTAN.

Anteriormente, o representante permanente da China na ONU, Zhang Jun, conclamou a que os EUA, a OTAN e a União Europeia (UE) realizassem um diálogo universal com a Rússia sobre a questão de segurança, trabalhando conjuntamente na construção de um mecanismo regional de segurança a fim de encontrarem uma solução para o problema. Infelizmente, o caminho traçado pelos EUA foi o bélico, o que além de causar a morte de ucranianos e russos, provocou à Ucrânia mais de quatro milhões de refugiados e bilhões de perdas em sanções econômicas à Rússia.