Giordano: Aposto no PCdoB para trazer ao Rio um programa transformador
O pré-candidato do PCdoB ao Governo do Rio de Janeiro, Leonardo Giordano concedeu entrevista ao jornal local Toda Palavra, publicada na última quinta-feira (15). Mesmo antes do decreto da intervenção federal no Rio, Giordano comentou sobre a falência do estado e apontou que um dos principais planos de seu governo é recuperar a autoridade e devolver a esperança à sociedade fluminense. Para isso, o pré-candidato conta com a experiência do Partido Comunista do Brasil. “Aposto no PCdoB para oferecer à população do Rio um programa transformador”.
Na visão de Giordano, um dos candidatos mais jovens do país, com 38 anos recém completados, a política tradicional não resolveu os problemas antigos do estado nesses últimos anos, mas segundo ele, a sua pré-candidatura pode trazer um fio de esperança a população. “O que temos é a falência geral de um modelo político que leva junto uma geração inteira de gente que governou esse estado”.
Giordano anunciou que está montando um programa detalhado com eixos gerais que está sendo discutido com especialistas no assunto, e como sua pré-candidatura é recente ainda não está pronto. Mas, na entrevista, ele apontou sua visão sobre temas fundamentais.
“Em primeiro lugar temos que denunciar o ataque aos direitos e o que estão fazendo com o estado do Rio, é privatização da Cedae, ameaça de fechamento da UERJ, é não pagar os servidores públicos, sacrificando os serviços prestados à população. Queremos denunciar tudo isso e revogar medidas aplicadas neste período que prejudica o povo ao longo prazo”.
Desenvolvimento, emprego e segurança pública
“É fundamental colocar no centro do debate a questão do desenvolvimento econômico, porque se o Brasil está em crise, no estado do Rio é muito pior. A crise do petróleo, por exemplo, afeta o país inteiro, mas é no Rio de Janeiro que temos o fechamento de estaleiros, a maior quantidade de desempregados. Outra questão é a segurança pública”.
Na opinião do pré-candidato, o papel das eleições no Rio de Janeiro para o esforço da esquerda na retomada do governo federal é fundamental. Em sua visão, vivemos um momento no Brasil em que é uma questão entre patriotas e entreguistas. “O Brasil está sendo vendido a preço de banana e até dado, e isso tem que ser enfrentado. Os palanques estaduais são parte do xadrez onde se está jogando o futuro do Brasil e a gente precisa ter aqui, no Estado do Rio, candidaturas que possam verbalizar isso com integridade e com firmeza”.
Governo Temer é incapaz de garantir a segurança do povo
Em declaração após o decreto de intervenção federal no governo do Rio de Janeiro, o pré-candidato comunista avaliou que a ação é desdobramento de movimentos muito mais abrangentes que relacionam-se intimamente com o golpe e os interesses estadunidenses. “Em paralelo o governo golpista sinaliza movimentação militar na fronteira e se engaja na declarada “crise humanitária” da Venezuela. São movimentos articulados, não são coincidência ou acaso. A ameaça democrática é real e não pode ser subestimada. Há dedicado e diário acompanhamento dos EUA sobre tudo que transcorre durante o golpe aqui. A intervenção militar no Rio articula-se com a geopolítica, sim”, disse.
Para Leonardo Giordano, a ação é mero espetáculo político. “Não existe planejamento, coleta de dados ou transparência. A guerra contra os pobres disfarçada de combate às drogas sempre foi etapa da luta de classes. A juventude negra está na mira das armas, mais uma vez”.
“Sem inteligência e método não é possível atacar o tráfico de armas, nem desbaratar as quadrilhas desde seus altos escalões de colarinho branco. Embora insuflada pela grande mídia a sensação de insegurança é um dado da realidade objetiva para a vastíssima maioria dos cidadãos”. Para isso, aponta Giordano, é preciso reconhecer que a situação do Rio é grave, mas não será uma ação militar que irá “salvar” o povo da violência.
Perfil do pré-candidato ao Governo do Rio de Janeiro
Leonardo Giordano é vereador de Niterói, município onde vive desde 1994. Iniciou a sua vida política aos 15 anos pelo movimento estudantil. Em 2007, assumiu o primeiro mandato de vereador como suplente. Foi eleito em 2012 e reeleito em 2016 para a mesma função. Atualmente é recordista em leis aprovadas (52), projetos de lei e audiências públicas realizadas entre os mandatários locais.