Georgia: júri declara ‘culpados’ três racistas que assassinaram negro
Um júri da Geórgia deliberou na quarta-feira (24) como “culpados” aos três racistas brancos que em 2020 perseguiram, emboscaram e mataram um negro desarmado que treinava corrida, Ahmaud Arbery. Depois da sentença da semana passada absolvendo outro racista branco, Kyle Rittenhouse, era grande a ansiedade no país inteiro diante do veredicto.
A mãe de Arbery, Wanda Cooper-Jones, que orara silenciosamente antes de o juiz Timothy Walmsley ler os veredictos, disse depois do lado de fora do tribunal que pensara que esse dia “nunca ia chegar, mas Deus é bom”. Agora Ahmaud “pode descansar em paz”.
O tribunal de Brunswick foi tomado por aplausos, em meio a lágrimas e abraços, quando Gregory McMichael, seu filho Travis, e William ‘Roddie’ Brian Jr, foram apontados culpados.
“Um júri com apenas um jurado negro, mesmo com os apitos-de-cães raciais da defesa, reconheceu e honrou a humanidade de Ahmaud Arbery tanto quanto puniu seus assassinos por sua depravação”, afirmou em comunicado Damon Hewett, presidente do Comitê de Advogados para Assuntos Civis e Direitos ao Abrigo da Lei.
No condado de Glynn, a proporção de negros na população é de mais de um quarto; no júri, um para 12.
“Os jurados enviaram um sinal sobre a responsabilidade pela violência racista e assédio que inerentemente ignora a humanidade do povo negro”, completou.
Para a diretora-executiva da ACLU – principal entidade pró-liberdades civis – da Geórgia, Andrea Young, “com o seu veredicto, o júri rejeitou o vestígio de Jim Crow e a afirmação da supremacia branca que estava no centro deste caso”.
“Linchamento moderno”
Travis McMichael foi considerado culpado de todas as nove acusações contra ele – que incluíam homicídio doloso, crime doloso e agressão agravada – enquanto seu pai foi condenado por oito das nove acusações. Bryan foi considerado culpado de seis das nove acusações que enfrentou. O júri levou 11 horas de deliberação para chegar ao veredicto.
O juiz decidiu que uma versão antiga da bandeira da Confederação na frente da caminhonete de Travis McMichaels poderia ser usada como prova, mas os advogados optaram por não mencioná-la.
Os três réus ainda enfrentam crimes de ódio federais e acusações de tentativa de sequestro. Um juiz federal programou o início do julgamento para fevereiro.
Logo após o assassinato, depois de brevemente interrogados pela polícia, os três puderam ficar em liberdade por 74 dias. O promotor distrital de Waycross, George E. Barnhill, defendeu o assassinato como um ato de “homicídio justificável” de acordo com a lei “stand your ground” da Geórgia. Um “linchamento moderno”, rebateram os indignados críticos.
De acordo com Bryan, Travis McMichael chamou Arbery de “negro de merda” enquanto ele estava morrendo.
Os promotores só investigaram o caso depois que um vídeo do assassinato se tornou viral em maio de 2020, gerando indignação nacional. O caso precedeu o assassinato de George Floyd, mas o nome de Arbery, junto com os de Floyd e Breonna Taylor, estiveram no centro dos protestos por justiça racial em todo os Estados Unidos no ano passado.
Depois da sentença da semana passada absolvendo outro racista branco, Kyle Rittenhouse, era grande a ansiedade no país inteiro diante do veredicto.
A mãe de Arbery, Wanda Cooper-Jones, que orara silenciosamente antes de o juiz Timothy Walmsley ler os veredictos, disse depois do lado de fora do tribunal que pensara que esse dia “nunca ia chegar, mas Deus é bom”. Agora Ahmaud “pode descansar em paz”.
O tribunal de Brunswick foi tomado por aplausos, em meio a lágrimas e abraços, quando Gregory McMichael, seu filho Travis, e William ‘Roddie’ Brian Jr, foram apontados culpados.
“Um júri com apenas um jurado negro, mesmo com os apitos-de-cães raciais da defesa, reconheceu e honrou a humanidade de Ahmaud Arbery tanto quanto puniu seus assassinos por sua depravação”, afirmou em comunicado Damon Hewett, presidente do Comitê de Advogados para Assuntos Civis e Direitos ao Abrigo da Lei.
No condado de Glynn, a proporção de negros na população é de mais de um quarto; no júri, um para 12.
“Os jurados enviaram um sinal sobre a responsabilidade pela violência racista e assédio que inerentemente ignora a humanidade do povo negro”, completou.
Para a diretora-executiva da ACLU – principal entidade pró-liberdades civis – da Geórgia, Andrea Young, “com o seu veredicto, o júri rejeitou o vestígio de Jim Crow e a afirmação da supremacia branca que estava no centro deste caso”.