Os trabalhadores que atuam nos cemitérios, necrotérios e rabecões da capital paulista
ameaçam entrar em greve caso as condições de trabalho não melhorem diante do grave
momento vivido pela categoria, uma das mais vulneráveis diante da crise do coronavírus.
O Sindicato dos Servidores Públicos Municipais (Sindsep) alega que faltam equipamentos de
proteção adequados, como máscaras, roupas apropriadas e álcool gel, e dos que existem
muitos estão vencidos.
Até o momento, São Paulo tem o maior número de mortes pelo Covi-19 registrado no país, a
maioria na capital.
Na terça-feira (31) os trabalhadores entregaram um documento ao Serviço Funerário paulista
exigindo equipamentos de proteção. A categoria também reivindica a contratação de 200
funcionários já aprovados por concurso, que velórios sejam suspensos e que funcionários
acima de 60 anos de grupos de risco sejam dispensados do trabalho.
Em relação aos funcionários com mais de 60 anos, a prefeitura afirma que 60% dos
profissionais funerários foram afastados por terem mais de 60 anos e fazerem parte do grupo
de risco.
A prefeitura também alega que está contratando coveiros temporários, adquirindo
equipamentos de proteção e reduzindo o tempo em velórios.
O sindicato também denuncia que não há orientação de proteção aos trabalhadores, o que
acaba recaindo para o sindicato.
“O Sindsep acaba fazendo esse papel na orientação de questões básicas como deixar o
uniforme no cemitério e não levar para casa; chegando em casa deixar a roupa que estava
usando do lado de fora, não usar em casa. Parece tolice, mas nem isso foi orientado aos
trabalhadores”, diz o Sindsep.