Funcionários da Eletrobras denunciam “pilhagem ao patrimônio público”
Os trabalhadores do setor elétrico prosseguem, nesta quarta-feira (16), no segundo dia da paralisação que mobiliza a categoria em todo o país contra a privatização da Eletrobras, proposta pelo governo Bolsonaro.
Além da greve, dirigentes das Federação e Confederação Nacional dos Urbanitários (FNU e CNU), da Coletivo Nacional dos Eletricitários (CNE) e sindicatos da categoria estão em Brasília, desde ontem, em reuniões com senadores para convencer e pressionar pela não votação da medida provisória (MP 1031), de autoria do Governo Federal, que propõe a privatização da empresa.
Nas conversas com os senadores, os dirigentes sindicais apontam os riscos da privatização para o país, especialmente neste momento de crise hídrica e que pode levar a um possível apagão”, informam as entidades.
São cerca de 12 mil trabalhadores da estatal parados e mobilizados nas diversas unidades da empresa em assembleias, atos e reuniões.
Segundo Fernando Pereira, um dos coordenadores do CNE, o primeiro dia a adesão dos trabalhadores foi muito forte, e hoje prossegue com mais força.
“Os trabalhadores entenderam que o momento é crítico, por isso a adesão à luta dos sindicatos foi bem forte. Mais de 80% da manutenção e administrativo. A operação está trabalhando em escala especial para garantir o serviço da população, porque temos compromisso e responsabilidade com a sociedade, ao contrário deste governo”, disse.
“É pelo nosso país, pela soberania nacional, contra o entreguismo, que estamos lutando e não vamos esmorecer!”, afirmou o presidente da FNU, Pedro Blois, que esteve na manhã desta quarta-feira em visita à sede da Eletronorte, em Belém.
Os trabalhadores da Eletrobras alertam que essa luta não é só deles, mas de toda a população, que vai sofrer com “tarifaço na conta de luz” e “risco de apagão” caso a estatal seja privatizada.
Segundo os sindicalistas, “dezenas de especialistas, de diferentes segmentos da sociedade, e setores da economia, afirmam que tanto o texto original da MP 1.031, quanto o PLV substitutivo, aprovado na Câmara, vão trazer um aumento extraordinário na tarifa de energia”.
Os dirigentes das entidades afirmam que a mobilização e a greve da categoria é um alerta e um apelo aos senadores para que “tenham espírito republicano e responsabilidade com uma pauta de um setor tão estratégico para o país”.
A MP 1.031, “é um projeto criminoso, uma pilhagem do patrimônio público, com um único objetivo de beneficiar os privilegiados que sustentam o governo de Jair Bolsonaro, especialmente banqueiros e especuladores”, afirmam.