Painel Convergência do Fórum Social Mundial | Foto: Tania Rego/Agência Brasil

O segundo dia de atividades do Fórum Social Mundial (FSM) 2023 em Porto Alegre, terminou na noite desta terça-feira (24) com uma mesa de convergência que reuniu partidos, movimentos sociais e parlamentares em um debate sobre o tema “O Novo Brasil que Queremos Construir”.

A mesa foi composta pelo representante do Comitê Internacional do FSM, Oded Grajew; a deputada federal e presidente Nacional do PT, Gleisi Hoffmann; a deputada estadual do PDT, Juliana Brizola; a deputada estadual e presidente estadual do Psol, Luciana Genro; o presidente estadual do PCdoB, Juliano Roso; o presidente estadual do PSB, Mário Bruck; o presidente estadual da Rede, André Costa e o presidente estadual do PV, Márcio Souza.  

Pouco antes do início, a presidente estadual do Cebrapaz/RS, Jussara Cony, e a presidente estadual da União de Negras e Negros pela Igualdade (Unegro/RS), Elis Regina, fizeram um preâmbulo sobre a trajetória do FSM, expondo os objetivos renovados pela atual conjuntura política e econômica do RS e do Brasil. Na sequência, as deputadas federais Daiana Santos (PCdoB) e Reginete Bispo (PT) assumiram a medição do debate.

Logo na abertura da mesa, Daiana Santos, emocionada, falou brevemente sobre a volta da esperança e da democracia no Brasil, classificando o momento como “único e histórico”. “É muito feliz estar aqui hoje com vocês celebrando este momento do retorno do nosso presidente Lula com toda essa energia que nós bem sabemos, esse desejo da transformação real (…) é muito feliz compor a base do governo que vai fazer a luta, o enfrentamento necessário, para retomada desse país. Para a reconstrução com esperança, com responsabilidade e, principalmente, com muita dignidade e respeito pelo nosso povo.”, disse.

Daiana Santos, deputada Federal (PCdoB/RS)

“Que nós tenhamos um bom fórum e possamos sair daqui totalmente envoltos a essa energia que é necessária para a reconstrução.”, concluiu.

Já o presidente estadual do PCdoB, Juliano Roso, iniciou sua fala enaltecendo o partido, como um dos movimentos que “defendeu, lutou e apresentou a ideia de uma Frente para isolar, derrotar e desmascarar o Bolsonaro” e alertou que mesmo saindo vitoriosos na eleição de 2022, “nós precisamos continuar isolando e derrotando o fascismo no Brasil.”

Na ocasião Roso recordou os recentes ataques golpistas feitos aos prédios dos Três Poderes no dia 8 de janeiro, reforçando que “o objetivo do movimento” era um golpe contra o presidente Lula e que foi impedida porque a “ideia da democracia, da frente ampla, construída pelo símbolo que foi Lula e Alckmin juntos, é uma ideia vitoriosa na sociedade brasileira”.

O ex-parlamentar também levantou pontos que, segundo ele, são necessários para a reconstrução do país. Entre eles está o papel internacional do governo Lula, que começou a ser jogado nesta semana após a ida do presidente para a Argentina. Segundo ele esse papel deve ser defender a paz e a união dos povos, a união latino-americana para o desenvolvimento dos povos e defender posições contra a extrema-direita que está organizada no mundo.

Ele ainda citou a Palestina, dizendo que o “governo Lula também vai jogar papel na luta em defesa da paz na Palestina e no reconhecimento dos territórios palestinos.”


Juliano Roso chamou atenção para o projeto nacional de desenvolvimento que o governo Lula “precisa cumprir, precisa fazer, precisa realizar. Nós precisamos que o Brasil tenha soberania nacional; retomar a indústria, retomar a ciência, retomar a educação. Projetos importantes que estão ligados ao projeto nacional”, disse.  

Roso disse que o enfrentamento à extrema-direita é ponto crucial para o Brasil que queremos. “Enfrentar essa direita na arena que nós conhecemos, que nós somos criados, botar o pé no barro, estar lá na comunidade, estar lá aonde o estado não chega e outras forças políticas e sociais chegam. É lá que nós precisamos estar”, pontou.

Ele acredita que é preciso continuar o trabalho de isolamento da direita “e colocar essa direita na cadeia, lugar de golpista é na cadeia, é isso que nós precisamos fazer, não podemos dar trégua nesse combate que tem que ser também no campo do judiciário, porque a frente ampla se dá em ambos os campos”, concluiu.

Eleições 2024

Antes de deixar o púlpito, Juliano Roso fez uma fala voltada aos movimentos presentes no debate sobre eleições municipais de 2024. Segundo ele, “Lula e Alckmin deram um grande exemplo de que a unidade e a frente ampla são capazes de vencer as forças mais poderosas” e que mesmo contendo grande poder financeiro, comunicativo e político, a extrema-direita foi derrotada “em condições extremamente adversas”.

Roso enfatizou que é preciso construir ampla unidade e unir forças políticas “com o PDT, a REDE, o Psol, o PCdoB, o PV e o PT” para disputar as eleições de 2024. “Os exemplos estão aí para mostrar que quando a gente se divide somos destruídos e quando a gente se une, o povo e os movimentos sociais, a nossa força é gigantesca. Viva o povo brasileiro, viva o presidente Lula, que nós possamos estar nas ruas enfrentando fascismo e defendendo no Brasil, superando, construindo o socialismo.”, finalizou.

O fórum vai até sábado e está prevista a participação de ativistas de diversos movimentos sociais, como lideranças indígenas, do movimento negro, LGBTQIA+, estudantil e sindicalistas, além das ministras do Meio Ambiente, Marina Silva, e da Saúde, Nísia Trindade.

Para esta quarta-feira (25) estão previstas entre as atividades uma mesa sobre economia solidária, com a participação do secretário de Economia Solidária do governo federal, Gilberto Carvalho, e a Marcha de Abertura, às 17h, saindo do Largo Glênio Peres.

Para assistir o debate na íntegra, clique aqui.