Cooling towers release water vapor at the Nogent nuclear power plant, operated by Electricite de France SA (EDF), in Nogent-sur-Seine, France, on Tuesday, Dec. 21, 2021. The French government asked Electricite de France SA to restart some nuclear reactors earlier than planned in order to help with a winter energy crunch across Europe.

Ao contrário do governo Bolsonaro, que decidiu privatizar a Eletrobras, o governo francês informou nesta quarta-feira (6/7) que vai adquirir 100% do capital da gigante da energia nuclear Électricité de France (EDF). O governo do presidente reeleito Emmanuel Macron avalia que o setor energético é essencial e que deve ampliar o domínio estatal.

“Confirmo a vocês hoje que o Estado pretende controlar 100% do capital da EDF. Esta evolução permitirá à EDF reforçar a sua capacidade de levar a cabo projetos ambiciosos e imprescindíveis o mais rapidamente possível para o nosso futuro energético”, disse a primeira-ministra Élisabeth Borne, em seu primeiro discurso ao Parlamento, realizado em um momento em a guerra na Ucrânia acirrou a preocupação dos países europeus com a questão da autossuficiência energética.

Controle da tarifa

O objetivo da reestatização adotada pelo governo Macron é garantir a segurança energética do país, para que não haja prejuízo ao abastecimento e a tarifa de energia permaneça controlada. Em janeiro, com o intuito de proteger as famílias do aumento dos preços da energia, o governo francês determinou o teto máximo da tarifa, acima do qual a EDF passa a subsidiar em vez de reverter lucros aos seus acionistas. A estimativa da empresa é de que o custo deste subsídio será de 10,2 bilhões de euros.

Atualmente com 86% das ações da empresa de energia nuclear, o governo já é o controlador da EDF. Do restante das ações, 15% estão nas mãos do mercado e 1%, dos funcionários. Apesar de a empresa ter dívidas superiores a 43 bilhões de euros, o governo avalia que, com mais novos aportes, poderá realizar investimentos necessários para aumentar a eficiência energética da EDF, que enfrenta problemas de produção em alguns de seus reatores.

Foto: Eletrobras

Na contramão da tendência mundial de busca de soberania energética, o governo Bolsonaro colocou à venda, no mês passado, as ações da Eletrobras. A privatização da estatal recebeu críticas de economistas e especialistas no setor energético, que propõem a reestatização da empresa e já manifestaram apoio à pré-candidatura da chapa Lula-Alckmin, da Frente Vamos Juntos pelo Brasil, composta por PCdoB, PT, PV, PSB, PSol, Rede e Solidariedade.

“Cerca de 33 milhões de brasileiros estão passando fome. As pessoas são obrigadas a escolher entre comprar comida ou pagar a conta de luz, que não para de subir. E o que faz o governo? Privatiza a Eletrobrás, para aumentar ainda mais a conta de luz. Mas podem ter certeza: se vencermos a eleição de outubro, como todas as pesquisas anunciam, nós vamos restaurar a soberania do Brasil e do povo brasileiro.”, disse Lula em suas redes sociais à época.

Com informações do portal da revista Exame