Fortalecer o SUS e a ciência é fundamental para combater coronavírus

A Fundação Maurício Grabois organizou, na terça-feira, 5, um debate virtual sobre a ciência e a
tecnologia em Minas Gerais. A Fundação realiza uma semana chamada Marcha Digital pela
Ciência 2020, com fundamentais debates sobre as demandas e necessidades do Brasil no que
tange a Ciência e Tecnologia.
O debate contou com o Professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Dr.
Francisco Rubió, com o Vice-Presidente da Fundação Ezequiel Dias (FUNED), Rodrigo Leite, e o
Assessor de Cooperação Internacional da Escola Nacional de Saúde Pública/Fiocruz, Eduardo
de Azeredo Costa.
Entre os norteamentos da Marcha Digital, encontram-se as perguntas como: Quais recursos a
ciência e tecnologia em saúde tem produzido e implementado no combate ao coronavírus?
Qual o impacto e as limitações do sistema de produção de ciência e tecnologia brasileiro e
quais as implicações concretas no contexto nacional. Que caminhos devemos seguir para
superar as limitações estruturais do Brasil, em especial sua dependência econômica e
tecnológica?
Para o Dr. Francisco Rubió, “nesse momento, o distanciamento social é importante, e
precisamos providenciar mais kits para a testagem na população”. “O Brasil tem uma
tecnologia na área da Saúde que ninguém tem no mundo, como o Programa Saúde da Família
(PSF), com ações que são fundamentais no combate ao covid-19. É fundamental discutir o
plano de carreira dos servidores do SUS. Com a tecnologia que desenvolvemos e com
eficiência no que realizamos na saúde, nos programas sociais e na garantia dos direitos dos
trabalhadores, poderíamos concretizar uma grande melhora nos quadros agravados pela
pandemia hoje. A pandemia sinaliza que o Brasil precisa retomar a ciência e tecnologia, a
industrialização e a eficácia dos programas nacionais”, disse.
Rodrigo Leite apresentou visões críticas sobre as tecnologias em saúde e as ações dos
governos durante a pandemia causada pelo novo coronavírus: “O Brasil hoje está muito
atrasado no seu desenvolvimento tecnológico. Quando ele apresenta uma mudança, o
governo age com o corte de verbas, não incentiva, desencoraja com uma série de agravantes
prejudiciais à tecnologia brasileira. Importante lembrar que, apesar dos baixos investimentos
em ciência e desindustrialização, o Brasil ainda tem um sistema de saúde público e universal
que precisa ser fortalecido. Precisamos fortalecer a nossa base tecnológica e científica
nacional”, afirmou.
Para Eduardo Azeredo, “Precisamos fortalecer o SUS. Infelizmente dentro do nosso sistema de
saúde, somente metade dos leitos são públicos, o restante é privado. Precisamos realizar
mudanças radicais. Os ricos e a classe média conseguem se proteger e realizar os
procedimentos contra a covid-19. Precisamos pensar a saúde pública mais a fundo, para os
nossos trabalhadores, para o nosso povo que precisa do SUS. Fortalecer a saúde pública se faz
necessário neste momento, para que possamos proteger quem mais necessita dos cuidados do
SUS”, disse.
As 10 cidades mais atingidas pelo coronavírus no Pará iniciam ‘lockdown’
MAY 07, 2020
A partir desta quinta-feira (7), começa a quarentena total nos dez municípios mais afetados
pela Covid-19, no Pará. São eles: Belém, a capital, Ananindeua, Marituba, Benevides, Santa
Bárbara, Santa Izabel do Pará, Castanhal, Santo Antônio do Tauá, Vigia de Nazaré e Breves.
A iniciativa ocorre após decreto do governador do Pará, Hélder Barbalho (MDB), e irá até o dia
17, a princípio.
Nos primeiros três dias haverá “medidas educativas” e a partir do domingo, 10, as autoridades
poderão aplicar multas a quem desrespeitar o bloqueio, que vão de R$ 150 para cidadãos R$
50 mil para o comércio.
“Chegou o momento drástico de nós agirmos para salvar a vida da nossa gente”, explicou o
governador ao comunicar o “lockdown”.
Os cidadãos estarão proibidos sair de casa se não estiverem usando máscaras de proteção, e
as saídas só serão permitidas para atividades essenciais, como compra de alimentos, remédios
e para aqueles que exercem atividades essenciais.
O critério para escolher as cidades que sofrerão a quarentena total foi selecionar aquelas com
no mínimo 75 casos de Covid-19 a cada 100 mil habitantes. Segundo as últimas atualizações, o
estado está com 97,4% de ocupação de leitos de UTI. O Pará é o sétimo estado com mais
registros da doença. São 5.524 casos confirmados e 410 mortes.