Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Motociatas, passeios de jet-ski, lanchaciatas. Esses são alguns exemplos de como o presidente da República, Jair Bolsonaro, utiliza seu tempo enquanto deveria cuidar do desemprego, do aumento da inflação, do empobrecimento da população brasileira, do combate à pandemia de coronavírus. Segundo reportagem publicada na Folha de S.Paulo desta segunda-feira (30), em três anos e cinco meses de governo, Bolsonaro aproveitou uma série de feriadões, folgas autoconcedidas e dias de expediente para converter em lazer ou praticar atividades sem relação exata com o cargo que ocupa.

Desde que assumiu a Presidência, Bolsonaro deixou Brasília 15 vezes para curtir folgas e feriadões nos litorais paulista, catarinense e baiano, inclusive em momentos delicados para o país, como as enchentes na Bahia, em 2021, quando ele estava de férias no sul do país e não interrompeu o “descanso” para acompanhar a situação, como geralmente é feito pelos governantes.

Para deputados do PCdoB, a reportagem explicita o descaso de Bolsonaro com o país. “Enquanto o povo brasileiro passa fome e luta para sobreviver, Bolsonaro enforca dias úteis de trabalho e faz do lazer rotina em seu (des)governo. Nesses quase 3 anos e meio, ele deixou Brasília 15 vezes para curtir folgas e feriadões. Não trabalha e só atrapalha”, declarou a deputada Alice Portugal (PCdoB-BA).

A reportagem ficou entre os assuntos mais comentados do Twitter na manhã desta segunda com o termo “vagabundo da República”. A deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ), em sua conta na plataforma social, instigou seus seguidores ao comentar o assunto. Ela reiterou a crítica sobre a falta de compromisso de Bolsonaro com o país. “Enquanto o povo sofre com o desemprego e fome, o presidente passa grande parte do tempo em “folgas autoconcedidas”. Qual é o nome disso na terra de vocês?”

Já o deputado Orlando Silva (PCdoB-SP) apontou o histórico do presidente pelas instituições por onde passou. “Bolsonaro nunca foi de trabalhar. Como militar, sequer aprendeu a fazer flexão. Foi deputado por quase 30 anos e nunca aprovou uma lei. Como presidente, vive na gandaia. Nunca bateu um prego numa barra de sabão”, criticou.

De acordo com a reportagem, a agenda oficial mostra que Bolsonaro teve 48 dias úteis sem nenhum compromisso oficial desde que assumiu a Presidência, já descontados os dias em que ele passou internado em decorrência de cirurgias e tratamentos de saúde. Em outros 69 dias úteis, só houve compromissos após meio-dia.

Enquanto isso, o desemprego continua atingindo milhões de brasileiros; o país voltou ao Mapa da Fome, e tem mais 50% da população convivendo com a insegurança alimentar, segundo pesquisa da Rede Penssan; a pandemia já vitimou mais de 666 mil brasileiros; a inflação assombra a população e o governo não aponta medidas de controle; os combustíveis e gás de cozinha continuam aumentando; não há projeto para geração de emprego e renda; o poder de compra só diminui; e o governo federal ainda deixou mais de dois milhões de famílias fora do programa Auxílio Brasil, que substituiu o Bolsa Família.

“Realizar motociatas e lanchaciata foram os principais compromissos de Bolsonaro nestes mais de três anos de governo. E tudo isso feito em dias úteis, enquanto os trabalhadores acordam cedo para conquistar o pão de cada dia com um salário mínimo que mal dá para se sustentar, sem direito a um lazer. Bolsonaro zomba do povo brasileiro”, afirmou o deputado Daniel Almeida (PCdoB-BA).

Por Christiane Peres

 

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