As entidades dos petroleiros de todo o país decidiram recomendar a suspensão provisória da greve vitoriosa da categoria, que nesta quinta-feira (20) completou 20 dias. Conforme nota da Federação Única dos Petroleiros (FUP), a suspensão ainda será votada em assembleias sindicais regionais.
A interrupção da greve se dá para permitir que a comissão de negociação das entidades possa participar da reunião de conciliação no Tribunal Superior do Trabalho (TST), com representantes do Ministério Público e direção da estatal.
A reunião foi marcada pelo ministro do TST, Ives Candra, para sexta-feira (21). Em despacho na terça-feira, em que aceitou o pedido de reunião de mediação feito pela FUP, o ministro condicionou o encontro à suspensão da greve.
O objetivo desta reunião é tentar avançar na negociação entre patrões e empregados até o julgamento definitivo do caso, marcado para o dia 9 de março.
A nota da FUP destaca ainda que “a greve será retomada, caso não haja avanços na mediação feita pelo Tribunal”.
Na segunda-feira, o ministro Ives Candra considerou a greve dos petroleiros ‘ilegal’ e autorizou a estatal a cortar salários e demitir por justa causa. Os petroleiros, no entanto, decidiram recorrer e manter a greve.
A paralisação dos petroleiros, considerada a maior greve da categoria desde 1995, já alcançou uma importante vitória: a suspensão das demissões da subsidiária da Petrobrás, a Fábrica de Fertilizantes Araucária Nitrogenados (Fafen-PR), no Paraná. A decisão de suspender as demissões, principal reivindicação do movimento, foi dada pela desembargadora Rosalie Michaele Bacila Batista, do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 9ª Região, na terça-feira.
“Essa unidade que está sendo demonstrada na greve trouxe esperança para os trabalhadores da Fafen e para as nossas famílias. Foi a greve que obrigou a Petrobrás a suspender as demissões em massa e a reverter as que já haviam sido aplicadas contra 144”, diz a nota da FUP.
A categoria também reivindica o estabelecimento de negociação com a Petrobrás para cumprimento de Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) que, segundo a FUP, vem sendo descumprido.
LITORAL PAULISTA
Em assembleia os petroleiros do litoral paulista aprovaram a suspensão temporária da greve. O Sindicato dos petroleiros do Litoral Paulista (Sindipetro-LP) abrange a categoria em Santos, São Sebastião, Jacarepaguá, no Rio de Janeiro.
Na assembleia, os trabalhadores avaliaram como vitorioso o movimento, ressaltando que a categoria se manterá mobilizada. Nesta sexta-feira, petroleiros se reúnem com a direção da empresa e o ministro Ives Gandra, do Tribunal Superior do Trabalho (TST), para negociar um acordo.