O governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), saiu em defesa da democracia e das instituições brasileiras em mensagens publicadas neste domingo (27) em sua conta no Twitter. Segundo Flávio Dino, é respeitável qualquer tipo de  manifestação, exceto com o pensamento antidemocrático.

“Respeito o direito de manifestação de todos. Desde pequenos grupos até grandes multidões. O Brasil pertence a todos nós. A única coisa com a qual não concordo: a agenda de pequenos grupos contra a democracia e as instituições. Repudio pedidos de fechamento do Parlamento e do Supremo, bem como aqueles que querem acabar com direitos sociais e com a educação pública”, afirmou o governador.

Confira a mensagem publicada:

 

O governador comentou que este mês de maio marca uma inversão tática da ofensiva da direita. “O bolsonarismo promoveu hoje um gesto defensivo, típico de quem não está conseguindo impor a sua agenda. Os atos de hoje pioraram o que já estava ruim: a governabilidade”, ´postou Flávio.

“A governabilidade vai piorar, pois quem governa não pode se refugiar em guetos ideológicos, a não ser em último caso. Tampouco pode promover gestos de hostilidade à maioria do Congresso Nacional e até ao Supremo”.

Para Flávio Dino, as pautas em defesa da Educação, das manifestações organizadas pelas entidades estudantis e de trabalhadores na Educação no último dia 15 levaram mais pessoas às ruas. “Há um agravante: os atos de hoje foram bem menores do que os do dia 15 de maio, em defesa da educação. E dependendo dos próximos dias, se governo Bolsonaro mantiver beligerância, os atos de 30 de maio podem ser ainda maiores”.

Dino criticou a parcialidade do presidente da República, para ele, essa tomada de posição atrapalha a governabilidade de Bolsonaro no comando do país. “Quem governa não pode se refugiar em guetos ideológicos, a não ser em último caso. Tampouco pode promover gestos de hostilidade à maioria do Congresso Nacional e até ao Supremo”.

Nocaute

Em entrevista ao Blog Nocaute, divulgada neste sábado (25), Flávio Dino diz que o governo Bolsonaro “levou a lógica de uma seita para o centro do comando do país”.

Dino avalia que o governo pode até resistir à acentuada queda de popularidade que vem enfrentando se apoiando nesses pequenos grupos. “Porém, não irá governar, porque é uma estratégia paradoxalmente defensiva”.

“Ele acabou de vencer uma eleição presidencial, não viveu sequer a chamada lua-de-mel, porque isso vem desde janeiro, desde cedo. Nunca antes se viu na história com tanta velocidade alguém optar por uma estratégia tão defensiva estando no comando do país. Ao ponto de se conduzir a esse paradoxo de chamar uma manifestação da sociedade de apoio ao governo por parte dos setores minoritários, porque o campo político que o apoiou é muito mais amplo do que aqueles que estão apoiando essa manifestação a favor não se sabe bem do quê, mas sobretudo dessa visão sectária que ele representa”.

O governador também disse que há uma “tendência de impasse no país, de ausência de hegemonia, portanto, ausência de condições para que o país evolua. É preciso romper com isso, por vários caminhos. Já aludi ao papel dos governadores e do próprio Congresso Nacional. O Judiciário tem, sem dúvida, um papel importante, as organizações da sociedade, a mobilização do povo, as lutas sociais, as lutas sindicais para rompermos essa tendência paralisante que a entronização de uma política sectária no comando do país conduz. Ou seja, ele não governa, mas não desocupa o governo. É mais ou menos essa conjuntura que nós estamos vivendo nesses cinco meses. Pra onde ele conduzirá isso, aí sim, aí a preocupação. Esses apelos, esses segmentos sectários contra as instituições não são inéditos. Nós conhecemos antecedentes históricos”.