Em entrevista ao programa “República e Democracia”, da TVT, realizada na noite desta segunda-feira (1º/2) o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), falou, entre outros temas, sobre o enfrentamento à crise atual como fator fundamental para a formação de uma frente ampla para 2022, com o objetivo de superar a extrema-direita e reconstruir o país. “Quanto mais nós estreitarmos, pior fica”, declarou.

O governador destacou que hoje há uma “hierarquia de problemas a serem enfrentados”. Ele explicou que “desde o inconstitucional impeachment da presidenta Dilma, temos assistido a uma era de retrocessos e isso se agudizou nos anos mais recentes e ganhou contornos de dramaticidade com essa crise sanitária que leva a que irmãs e irmãos brasileiros estejam agonizando em hospitais e em casa em todo o país, sem assistência”.

Flávio Dino argumentou que “temos a agenda eleitoral do próximo ano que nos convoca, mas por sobre ela, para dar sentido a ela, temos a imprescindibilidade de atravessar essa luta com a população relativa à pandemia, que se articula de modo umbilical com a luta pela vacina e pela vacinação — que é nossa, porque se não fosse a nossa luta, disso que convencionamos chamar de Frente Ampla Democrática, não teríamos a vacina no Brasil até hoje. Refiro-me à esquerda política e setores do centro liberal que caminharam junto conosco para conseguir as vacinas, e isso é vital para superar a pandemia”.

Ele agregou ainda a importância de se garantir o sustento financeiro das famílias atingidas pela crise. “Temos a temática do auxílio emergencial, uma vez que sabemos que uma economia em que convivem estagnação e inflação é uma economia que mata não só simbolicamente, como literalmente, pela fome. Então, o auxílio emergencial é vital”. Por fim, destacou a questão democrática,  “para que tenhamos liberdades políticas — e aqui eu me refiro não só ao campo partidário em sentido estrito, mas ao conjunto de organizações da sociedade civiil, a exemplo dos sindicatos que foram brutalmente tolhidos e podados pelas sucessivas reformas trabalhistas, e mesmo a imprensa, a liberdade de expressão, porque tudo isso está sob ameaça nessa era de retrocessos”.

O governador analisou que “não haverá a construção da unidade se não soubermos hierarquizar quais são as contradições principais, distinguindo-as das acessórias”. Ele também ressaltou a importância da amplitude neste momento. “Quanto mais nós estreitarmos, pior fica. Temos que ampliar, perseverar nesse caminho. Mesmo que a catequese tenha se revelado parcialmente frustrada com este blocamento da representação parlamentar da direita em torno do bolsonarismo (na Câmara), não significa que a tática esteja errada”.

O governador apontou que “devemos perseguir essa amplitude o máximo possível e, para isso, é preciso encontrar as bandeiras corretas e acho que as bandeiras corretas são as de 2021 porque elas se articulam com um horizonte mais largo”.

Participaram da entrevista o ex-ministro Tarso Genro, o secretário de Comunicação do Maranhão, Ricardo Capelli e a jornalista Sandra Bitencourt.

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Por Priscila Lobregatte