Em entrevista ao programa Segunda Chamada, do canal My News nesta segunda-feira (12), o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB) falou sobre a conjuntura política brasileira atual e discorreu sobre temas como a pandemia, a CPI da Covid e impeachment de Bolsonaro, entre outros. “Nada pode ser pior do que Bolsonaro no governo”, comentou.

Com relação à possibilidade que tem sido aventada por Bolsonaro e seus aliados de estender o âmbito da CPI da Covid para governadores e prefeitos — em clara manobra para desviar o foco sobre a atuação vergonhosa do presidente durante a pandemia — Flávio Dino destacou: “Não vejo nenhum problema que haja uma expansão do objeto da CPI desde que observados os requisitos formais, ou seja, em primeiro lugar é preciso ter fato determinado, conforme diz a Constituição. E em segundo lugar, é preciso observar o princípio federativo, ou seja, a CPI não pode investigar a aplicação de recursos próprios de estados e municípios — isso seria inconstitucional”.

O governador salientou, no entanto, que “isso não pode ser um pretexto”. Ele acrescentou que é preciso “distinguir duas coisas: uma é a manobra de quem quer tumultuar para fugir das suas responsabilidades; a outra coisa é uma investigação séria que pode ter. Agora, quem é o responsável por tudo isso, quem é o presidente da República? Quem disse que era uma ‘gripezinha’? Quem gerou aglomeração? Quem disse para as pessoas não usarem máscara? Quem desestimulou a vacinação? Quem não comprou vacina? Essas são as perguntas fundamentais a serem feitas [na CPI] e não pode haver manobra para fugir ou desviar o Brasil desse debate fundamental”.

Sobre a atuação de Bolsonaro na Presidência da República, Flávio Dino colocou: “ele é o comentarista do cercadinho, ele vai a um ou outro evento sem maior relevância e passeia de jetski na praia. É do que ele se ocupa. Realmente, ele nunca fez nenhum reunião séria sobre pandemia em um ano. Ele se exime. É um comentarista dos fatos da nação, como se ele não tivesse responsabilidades”.

O governador salientou que a CPI “não atrapalha o combate à pandemia porque senadores e deputados têm um papel de enorme relevância em vários aspectos, mas nenhum deles atinentes à concretização da política de saúde no Brasil, isso é esfera do Executivo. Pelo contrário: o parlamento tem como uma de suas atribuições precípuas exatamente a de fazer o chamado controle externo. Longe de ser algo que atrapalha, é algo que ajuda, inclusive na correção de rumos. Em todo o mundo, você vê os chefes de Estado, de governo, da esfera nacional liderando o combate à pandemia. No Brasil, são os governadores. É o único país no planeta em que isso ocorre”.

Sobre a possibilidade de impeachment de Bolsonaro, Flávio Dino apontou: “Se o Rodrigo Maia tivesse aceitado o impeachment há um ano atrás, o Brasil estaria em melhores condições. É só pegar os EUA, Trump x Biden e a curva epidemiológica”. Ele acrescentou ainda que “nada pode ser pior do que Bolsonaro no governo. Não é uma questão pessoal minha, são fatos objetivos. Estão aí as estatísticas sanitárias, o país está sem orçamento, não tem governo, ele conspira com senador contra o Supremo, é uma confusão por dia”. E pontuou: “não vamos sair disso com o Bolsonaro”.

Assista abaixo a íntegra do programa:

Por Priscila Lobregatte