Flávio Dino: presidente se dedica a outras coisas, mas não se dedicou à vacina

Em coletiva de imprensa realizada na sexta-feira (19), o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), falou sobre as dificuldades enfrentadas pelos governadores para dar continuidade à vacinação contra a Covid-19 frente à descoordenação nacional do governo Bolsonaro e de seu ministro da Saúde, Eduardo Pazuello. “Este impasse terrível está cobrando um preço alto no Brasil inteiro”, declarou.

Flávio Dino relatou que na reunião entre o ministro, os governadores e os presidentes do Butantan e da Fiocruz, na quarta-feira (17), foi anunciado um calendário de vacinação nacional com a entrega de nove milhões de doses da vacina do Butantan aos estados na próxima semana. “Ocorre que, na noite de ontem (18), o próprio Ministério da Saúde disse que não são mais nove milhões de doses para o Brasil, mas 2,7 milhões, uma queda a menos de um terço do que estava previsto. E isso impacta, obviamente, no ritmo de vacinação”, lamentou.

Flávio Dino disse, ainda, que todos os governadores estão manifestando sua insatisfação junto ao Ministério da Saúde e pedindo providências para que haja, por parte do Executivo federal, uma definição concreta sobre o ritmo da vacinação no Brasil. Ao mesmo tempo, salientou, “estamos intensificando os esforços para atingir nossa meta de aquisição de vacinas pelos estados, coisa que nenhum conseguiu até agora não por falta de esforço, mas de oferta”.

O governador lembrou que o país conta com o Butantan e a Fiocruz para a produção das vacinas, mas que ambos alegam que não receberam, a tempo, o insumo necessário para a fabricação das vacinas (IFA). Ele salientou que segue buscando alternativas junto ao Fundo Russo, que controla a Sputinik V, a Pfizer, e outros laboratórios chineses, “para que, junto com os demais governadores, consigamos acelerar o calendário nacional, uma vez que os desacertos do Ministério da Saúde, do governo federal, são muito profundos porque não priorizaram, no segundo semestre do ano passado, o tema da vacinação”.

Flávio Dino reafirmou sua crítica a Bolsonaro ao declarar que “o senhor presidente da República se dedica a outras coisas, mas não se dedicou a esse tema da vacina. As consequência estamos vendo agora, infelizmente. E estamos lutando para que tenhamos, de verdade, uma vacinação intensa como é vital em nosso país”.

Ele acrescentou ainda que países vizinhos ao Brasil conseguiram se preparar melhor. “O Brasil, infelizmente, por conta de o senhor presidente da República achar que o coronavírus é uma ‘gripezinha’, não se preparou no tempo certo. Lembro que a Pfizer ofereceu, em agosto, ao governo brasileiro, 70 milhões de doses de vacina e o governo federal não quis comprar e também não comunicou os estados”.

Assista a íntegra da coletiva:

 

Por Priscila Lobregatte