Flávio Dino: “Defendo rede em defesa da vida contra a necropolítica”
O governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), voltou a falar da necessidade de organizar uma frente ampla, de defesa da democracia, dos direitos sociais e da Constituição de 1988, em entrevista concedida ao canal Resistentes, no YouTube, na noite desta segunda-feira (14).
“Uma frente de defesa da civilização contra a barbárie, em defesa da vida contra a necropolítica”, defendeu, referindo-se ao conceito desenvolvido pelo filósofo negro camaronense Achille Mbembe que trata dos limites da soberania quando o Estado escolhe quem deve viver e quem deve morrer.
Para Flávio Dino, Bolsonaro pratica a Necropolítica com a retirada de direitos e, agora, desestimulando as políticas que visam evitar o contágio pelo corovanírus. Na opinião do governador, o presidente parece desejar o caos, achando que poderia levar a uma saída de força. Contra isto, afirma, é preciso união para pensar o país, pois após a crise sanitária que chega, virá uma crise social.
“A luta agora é contra o coronavírus e pela vida. Depois veremos as saídas institucionais”, afirmou, avaliando que hoje a esquerda, ainda minoritária, está “melhor que há um ano”, pois conseguiu aglutinar, por exemplo, entre os governadores, compreensão dos problemas gerados pelo governo Bolsonaro nesta pandemia. Além disso, ponderou, foi uma vitória da Oposição a garantia de renda básica de ao menos R$ 600 reais para a população mais vulnerável, quando o governo queria aprovar apenas R$ 200.
Coronavírus no Maranhão
Flávio Dino comentou também a situação do estado que governa nesta pandemia e falou da tristeza diante da morte de contaminados pela covid-19. Mais de 30 pessoas morreram no estado, a maioria na capital São Luís.
“Quadro que nos entristece bastante, vidas perdidas e famílias sofrendo. Aqui não minimizamos o problema. Estamos entregando novos leitos e recebendo equipamentos para manter a trajetória de preparação da rede de Saúde. E sempre enfatizando as medidas preventivas”, explicou.
Segundo o governador, o prognóstico é de que os próximos 30 dias, até fim de maio, o Maranhão vai ter passado pelo período mais difícil.
“Objetivamente eu diria hoje que tem sub notificação declinante no Maranhão e por isso os números cresceram. Ampliamos a testagem e quando há caso suspeito de óbito por covid-19 estou indo atrás de confirmar, mesmo se o óbito já ocorreu. Nós queremos números reais, verdadeiros. Inclusive porque achamos que essa terrível experiência tem que ser também uma lição para o futuro”, reforçou.
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