Flávio Dino defende frente ampla contra o extremismo
Em entrevista à Rádio CBN nesta quarta-feira (10), o governador reeleito no Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), defendeu o apoio de partidos e candidatos de esquerda em torno de Fernando Haddad (PT) para enfrentar Jair Bolsonaro (PSL) no segundo turno das eleições à presidência.
“Movimentos de aliança em torno do Haddad ajudam a demonstrar de que se trata de uma frente ampla contra uma posição extremista de direita, ditatorial, que ataca pessoas no meio da rua”, frisou Flávio Dino.
Para ele, a candidatura do PT não é mais exclusiva do partido, pois expressa anseios de vários setores sociais. Flávio Dino aponta o PDT de Ciro Gomes que se juntou nessa aliança, assim como o PSB, em apoio declarado à Haddad nesta terça-feira (9).
Dino se referiu à trajetória comum entre o brizolismo, o trabalhismo e as correntes populares nacionais democráticas, para justicar o apoio do PDT, a exemplo do que fez o PSB.
Segundo Flávio, os desafios da frente ampla estão em desconstruir a falsa polarização entre as duas candidaturas, e defender uma agenda positiva, de propostas e soluções para a vida prática da população, onde o candidato do PT obteria vantagens.
“Nós temos que fugir do lugar comum que Haddad e Bolsonaro são dois extremos. Não são”, enfatiza. “A candidatura extremista, sem dúvida alguma, é demostrada pelo uso da violência, por ataques à liberdade de imprensa, por ideias esdrúxulas”, completou, se referindo à campanha de Bolsonaro.
Dino reforçou, ainda, o compromisso de Haddad com à democracia, na esteira dos demais governos progressistas desde a redemocratização. “Todas as vezes que a esquerda chegou ao governo foi por intermédio do voto popular e nunca houve uma virada de mesa”.
O mesmo, reitera, não pode se dizer em relação a Bolsonaro e seu vice, o general Hamilton Mourão, “que tem demonstrado, por intermédio de declarações, que é contra a Constituição de 88”, que deve ser preservada, por se tratar de “um pacto civilizatório fundamental”.
Agenda positiva
Dino enfatizou a importância de promover uma agenda próxima do cidadão atualmente preocupado com questões práticas fundamentais, como emprego e segurança pública. Essa agenda real da campanha tem sido desviada pelas fake news, na opinião do governador.
“Nós temos que trazer o debate para esses pontos concretos, porque aí se evidencia que o Haddad tem propostas, claras e muito melhores, do que aquelas que o candidato Bolsonaro pode apresentar”, afirmou.
Em relação à segurança, Flávio Dino sugere a criação de uma força nacional permanente para auxiliar as polícias estaduais, como contraproposta ao armamentismo defendido pela chapa adversária.
“Segurança pública precisa de armas, a questão é nas mãos de quem. Existem profissionais treinados para manusear armas. Qualquer sociedade que optou por outro caminho aumentou a violência”, finalizou o governador do Maranhão.