Em palestra realizada virtualmente nesta terça-feira (9), a convite da Universidade Estadual de Goiás, o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), falou sobre a necessidade de o Brasil ter um projeto de nação que supere o caráter primordialmente agrícola e garanta desenvolvimento e soberania, inclusive no âmbito da ciência e da tecnologia.

O governador questionou se “nosso lugar no mundo é ser uma espécie de plantation do século 21, ou seja, uma agricultura, ainda que com tecnologia notável, não há dúvida, mas assentada no latifúndio e na monocultura e voltada para os mercados externos”. E completou: “Será esta a grande pretensão do Brasil?”.

Em seguida, Flávio Dino observou que “essa suposta vocação agrarista do nosso país, que estaria meio que como uma espécie de sombra, de espectro, que rondaria permanentemente o nosso país, se choca contra determinados aspectos, inclusive da nossa política externa. Eu observo, por exemplo, que essa inusitada subalternidade diplomática da gloriosa e veneranda Casa de Rio Branco aos interesses de uma nação, em particular os EUA, acaba, muitas vezes, por conspirar mesmo contra esta própria ‘vocação’, entre aspas, da economia brasileira”.

O governador salientou que “em termos de política econômica, precisamos refletir sobre um projeto de nação e termos congruência entre uma política externa que busque a inserção de nosso país no mundo com as múltiplas vocações, naturalmente com a perspectiva verdadeira do desenvolvimento que é muito maior e muito mais diversificada do que puramente a agricultura empresarial. Não podemos abrir mão de uma base industrial, da soberania científica e tecnológica, da autonomia na produção de conhecimento”.

Flávio Dino participou da abertura do seminário “Governo Bolsonaro: Dois anos de Política Econômica”, com a participação do jornalista Luis Nassif e mediação do Prof. Ângelo Cavalcante (UEG-Itumbiara).

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Por Priscila Lobregatte