Flávio Dino analisa eleição e volta a defender frente contra Bolsonaro
Em entrevista ao site Brasil 247, por vídeo, nesta segunda-feira (30), o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB) fez um balanço das eleições deste ano e apontou os desafios para 2022.
Ele avalia que “a direita brasileira, em seus vários matizes, foi amplamente vitoriosa, o que coloca um desafio a mais para a esquerda. Não temos terra arrasada, mas acho que não é adequado celebrarmos vitórias que não tivemos e sim fazer uma análise realista para que assim possamos avançar até a batalha decisiva contra o bolsonarismo em 2022”.
Sobre a disputa em Porto Alegre, Flávio Dino enfatizou: “Manuela foi uma heroína, fez uma campanha heróica, enfrentando todo tipo de violência, fake news”. Aliás, completou o governador, “esta é uma questão que desafia a democracia hoje. Não é possível que todo o aparato da Justiça Eleitoral, do Ministério Público Eleitoral e da polícia, enfim, conviva com esse tipo de coisa. A reparação a posteriori, ou seja, a retirada do ar, não se revela eficiente. Então é preciso uma reflexão sobre esse fenômeno contemporâneo das fake news”.
Flávio também falou sobre as circunstâncias políticas que levaram à vitória do adversário, Sebastião Melo (MDB). “A Manuela teve o apoio dos partidos à esquerda. Porém, a direita inteira se uniu contra ela desde o primeiro turno. Então, quando você não consegue cindir o bloco da direita num estado como o Rio Grande do Sul, fica difícil ganhar. Não foi erro da Manuela, do PCdoB ou do PT. Tudo o que era possível foi feito. Agora, é uma circunstância em que a direita toda se uniu em bloco e num momento em que a esquerda está em defensiva”.
O governador ressaltou ainda o “desempenho exemplar da Manuela, que orgulha e deve ser reconhecido não apenas pelo PCdoB como por todo o campo progressista do país. Infelizmente tivemos esse revés por pouco. Todas as pesquisas diriam que ela ganharia”.
Neste momento, Flávio Dino chamou atenção para o que definiu como a formação de um voto de direita silencioso. “Veja que em Belém todo mundo achava que o Edmilson ia ganhar por 10 pontos e ganhou por três. Em Fortaleza, todo mundo projetava 20 pontos de diferença para o Sarto; ganhou por três ou quatro pontos. Então, existe o voto da direita silencioso, um voto em que a pessoa não se manifesta, mas está concordando mais com as posições da direita. Temos que saber que isso está existindo para enfrentar e vencer esse obstáculo”.
Sobre uma frente ampla eleitoral para 2022, explicou o que é desejável: “É pelo menos nuclear PT, PCdoB, PSol, PDT e PSB. Se a gente conseguir nuclear, a gente tem chance de ir para o segundo turno e ganhar. Se a gente se dividir muito, pode acontecer o que ocorreu no Rio de Janeiro. Não é fácil, mas temos de lutar para isso. E depois, no processo, tentar agregar outras forças, mas não rebaixando o seu programa”. Flávio agregou ainda que “nosso programa deve ser progressista, democrático, nacional e popular; por distribuição de renda, combate às desigualdades, defesa dos direitos humanos e do povo”.
O governador disse, ainda: “Você tem que lutar para ganhar não porque você quer ganhar, mas por aquilo que nós representamos. Imagina entregar este país mais quatro anos para Bolsonaro, minha gente! Isso é uma violência inominável, vai acabar com tudo. E ponderou: “Não sei nem se ele chega a 2022 de tão desastrado que é este governo”.
Por Priscila Lobregatte
Com Brasil 247
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