Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho “zero um” de Jair Bolsonaro

Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho “zero um” do “mito”, acusado de desviar R$ 6 milhões dos cofres da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, no escândalo envolvendo milícias, Queiroz, funcionários fantasmas e lavagem de dinheiro, que ficou conhecido por “rachadinha”, admitiu em entrevista ao “O Globo”, no fim de semana, que a sabotagem do pai às vacinas da Covid-19 provocaram um grande desgaste ao governo.

“Ele [Bolsonaro] já entendeu que não adianta deixar coisas mal explicadas, pois serão exploradas contra ele. As pesquisas mostram que a questão da vacina gerou um desgaste”, afirmou o chefe da rachadinha e da campanha de Bolsonaro. Especialistas afirmam que a sabotagem de Bolsonaro é o responsável pela morte de dois terços dos 630 mil óbitos ocorridos pela Covid. O país só avançou na vacinação por conta da pressão dos governadores e do Supremo Tribunal Federal.

Bolsonaro fazendo propaganda da cloroquina (reprodução)

O “mito” chegou a afirmar, numa entrevista a uma rádio, que as mais de 300 crianças de 5 a 11 anos que morreram de Covid era um número muito pequeno, “quase zero”, disse. Depois de aprovada a vacinação das crianças, Bolsonaro quis obrigar a população a ter que passar em consulta para só vacinar se os médicos receitassem a vacina, o que foi interpretado como uma sabotagem escancarada á imunização infantil. O STF teve que intervir para derrubar a decisão absurda de Bolsonaro.

Bolsonaro fazendo aglomerações e infectando crianças (reprodução)

Bolsonaro não só tentou impedir a compra das vacinas para adultos, não só atacou a eficácia dos imunizantes e defendeu remédios ineficazes, como a cloroquina, a ivermectina e outros, como promoveu aglomerações, tirou máscaras até de crianças e ameaçou os servidores da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para que não autorizassem a vacinação infantil.

Flávio Bolsonaro tenta correr atrás do prejuízo e dizer que seu pai, o “espalha-vírus” e o chefe do movimento anti-vacina, “garantiu a vacina para todo o Brasil”. Ninguém acredita, é óbvio.

“Quem quis tomar a vacina teve acesso a ela. Como é que a gente comunica isso para que o povo entenda que o Bolsonaro não é contra a vacina”, mentiu o senador. Pesquisas de opinião mostram que sua sabotagem às vacinas e seu trabalho contra as medidas de proteção da população contra o vírus levaram a rejeição ao governo a mais de 60% em quase todas as capitais do país.