Flávia Calé é reeleita para a presidência da ANPG

Reeleita presidenta da ANPG (Associação Nacional dos Pós-Graduandos) no 27º Congresso da entidade, Flávia Calé, a Flavinha, defende a valorização da ciência como caminho para a retomada do crescimento e do desenvolvimento do País. Foi nesse sentido que, no primeiro semestre, a ANPG lançou o Plano Emergencial Anísio Teixeira.
O objetivo do manifesto, ficado em proposta para a ciência e os pesquisadores, é “fazer um chamado à sociedade e às instituições para a busca de alternativas”, diz Flavinha, em entrevista ao site da associação. “Não há caminho para a retomada do crescimento, para a reconstrução do País, sem a valorização da ciência e da pesquisa no centro de um projeto nacional de desenvolvimento.”
Apesar do avanço da extrema-direita e dos retrocessos impostos pelo governo Jair Bolsonaro, a presidenta da ANPG valoriza a resistência. “As lutas de estudantes, professores, cientistas, da sociedade em geral, conseguiu barrar a imposição de uma série de pautas obscurantistas. Talvez o maior exemplo tenha sido o tsunami nas ruas contra os cortes na educação e na ciência”, afirma.
Flávia, que é mestranda em História Econômica na USP, lista outras conquistas: “Conseguimos derrotar a fusão entre Capes e CNPq, o fim do incentivo à política de cotas na pós-graduação, adiamos o Enem, conseguimos melhorar o orçamento da Educação em 2020, garantimos o pagamento das bolsas do CNPq e, principalmente, conseguimos tirar o país ministro da Educação da história. O balanço é de uma resistência ativa e vitoriosa”.
Além da defesa da vida e da democracia, diante de um governo genocida e autoritário, os pós-graduandos querem reverter os últimos cortes nos orçamentos dos ministérios da Educação e da Ciência&Tecnologia. “A proposta do governo na Lei Orçamentária Anual para 2021 é uma vergonha. Corta mais R$ 1,8 bi da Educação e joga o orçamento da C&T no pior patamar da história recente. A C&T pode entrar em colapso, não é exagero”, acusa a líder estudantil.
Em resposta, o Plano Emergencial Anísio Teixeira cobra 150 mil novas bolsas para mestrado e doutorado, além do reajuste das bolsas atuais, que estão congeladas desde 2013. “É preciso reverter a lógica de cortes contínuos e ainda garantir o prolongamento das atuais bolsas em virtude da pandemia.”
Para financiar esse investimento, a ANPG propõe o uso dos recursos do Fundo Social do pré-sal, o fim do contingenciamento do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, além do fim do teto dos gastos. A unidade dos pós-graduandos é uma das apostas para alcançar esses objetivos.
“O 27º Congresso da ANPG deveria ter acontecido no meio do ano e de maneira presencial. Realizar um evento desse porte virtual exigiu muita maturidade de todos os envolvidos”, diz Flávia. “A principal questão é a construção unitária da gestão e o foco em unir esforços contra o inimigo comum, que é o governo de extrema-direita. Unidos conseguiremos dar um basta no obscurantismo e descortinar dias melhores para o nosso povo.”
Com informações da ANPG