Os constantes ataques do governo Jair Bolsonaro ao auxílio emergencial provocaram um elevado crescimento da espera para entrar no Bolsa Família. No fim de setembro, com a redução no valor-base do auxílio – de R$ 600 para R$ 300 –, a fila disparou e chagou ao patamar de 1 milhão de cadastros.

 

Assim, a lista voltou ao patamar registrado no fim do ano passado. Após sucessivos cortes da cobertura e congelamento do ingresso ao programa, Bolsonaro deixou 1 milhão de famílias à espera de assistência social em dezembro de 2019.

 

O Ministério da Cidadania havia suspendido a análise dos requerimentos para acesso ao Bolsa Família durante o pagamento do auxílio emergencial no valor de R$ 600 por pessoa. O motivo é que a distribuição do benefício emergencial atendeu a mais pessoas que o programa social.

 

No fim de setembro, como o governo cortou o auxílio emergencial para R$ 300, o ministério voltou a avaliar cadastros no Bolsa Família. Segundo a Folha de S.Paulo, chegou a 999.673 o número de famílias que preencheram os requisitos, mas ainda aguardam para entrar no programa.

 

De acordo com técnicos do governo, a tendência é a fila subir ainda mais com o fim do auxílio, previsto para janeiro de 2021. A crise econômica provocada pelo governo Jair Bolsonaro – e potencializada com a crise de Covid-19 – deve piorar com a possibilidade de uma segunda onda na pandemia, aumentando a pobreza no País.

 

O orçamento do Bolsa Família passou de R$ 32,5 bilhões em 2020 para R$ 34,9 bilhões para o próximo ano. Mas o aumento é insuficiente para atender à demanda atual e futura.

 

Hoje, 14,28 milhões de famílias são atendidas. A verba prevista para o próximo ano deve transferir renda para 15,2 milhões de famílias.Como a fila de 1 milhão de lares, registrada no fim de setembro, já ocupa o espaço a ser aberto pela ampliação do orçamento no próximo ano, os cadastros aprovados após setembro.

 

O programa atende famílias que têm filhos de até 17 anos e que vivem em situação de extrema pobreza, com renda per capita de até R$ 89 mensais. São beneficiadas também famílias que estão na pobreza, com renda de R$ 89,01 a R$ 178. O benefício médio foi de R$ 191,86 até março.

 

A fila de espera do Bolsa Família se forma quando cadastros já aprovados pelo governo ficam mais de 45 dias sem uma resposta definitiva, ou seja, sem entrar efetivamente no programa. O prazo vinha sendo cumprido desde agosto de 2017. Porém, com o descaso da gestão Bolsonaro, o programa deixou de cobrir a todos desde junho do ano passado.

 

Com informações da Folha de S.Paulo